O Google anunciou, nesta quinta-feira (25), que está disposto a pagar grupos de mídia em três países, incluindo o Brasil, para que ofereçam, gratuitamente, conteúdos de notícia que hoje são cobrados dos usuários.

O anúncio foi feito depois de batalhas legais na França e na Austrália sobre a relutância do Google em pagar as empresas de mídia pelo que publica on-line.

Em uma postagem no blog institucional, o Google disse que está buscando um “programa para pagar os editores por conteúdo de alta qualidade para uma nova experiência em termos de notícias”.

Google reforça configuração de privacidade para novos usuários

O vice-presidente de Gerenciamento de Produtos do Google, Brad Bender, disse que, durante meses, houve conversas com grupos editoriais – incluindo o Spiegel Group, na Alemanha; Schwartz, na Austrália; e Diários Associados, no Brasil – e que “haverá mais”.

“O Google também pagará pelo acesso gratuito a artigos oferecidos sob pagamento no site do editor”, diz a nota, sem dar detalhes.

Bender disse que o programa ajudará os veículos a “monetizarem seu conteúdo”.

Ele acrescentou que o plano se baseará na Google News Initiative de 2018, um projeto de US$ 300 milhões criado para combater a desinformação e ajudar os sites de notícias financeiramente.

Inúmeras publicações na Europa e no mundo, incluindo a AFP, pediram à União Europeia (UE) que tomasse medidas para obrigar as empresas de Internet a pagar pela publicação do material que produzem.

Em abril, o órgão francês que monitora a concorrência nos mercados disse que o Google deveria começar a pagar os veículos de mídia por mostrar seu conteúdo. Também ordenou o início das negociações, depois que a empresa americana se recusou a se adaptar às novas regras europeias sobre propriedade intelectual digital.

No início deste mês, o Google rejeitou uma ordem australiana para indenizar a mídia local em centenas de milhões de dólares por ano, decisão estabelecida em um acordo de compartilhamento de receita.