Spam, ‘phishing’ e malware: a crise sanitária global, provocada pela pandemia do novo coronavírus é vista como uma oportunidade para grupos de hackers apoiados por países, alertou a Google nesta quarta-feira (22).

A gigante das buscas na internet reportou em um blog a ocorrência de numerosas tentativas de hackers de obter ganhos com a pandemia, visando em seus ataques funcionários do governo e organizações internacionais que trabalham no combate à COVID-19.

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“Uma campanha notável visou contas pessoais de funcionários públicos americanos, pagos pelo governo, com mensagens de ‘phishing’ que pareciam ter sido enviadas por redes de ‘fast-food’, relacionadas com a COVID-19”, relatou Shane Huntley, do Threat Analysis Grupo (Grupo de Análises de Ameaças) do Google, que rastreia as ameaças de cibersegurança.

“Alguns e-mails oferecem refeições gratuitas ou cupons de desconto, outros redirecionam para ditos sites de pedidos on-line, concebidos para obter os nomes de usuário do Gmail daqueles que clicam nos links”, acrescentou.

Alguns hackers se fazem passar por instituições de saúde para enganar suas vítimas e fazê-las baixar ‘malwares’.

Na semana passada, a Google já tinha informado ter detectado 18 milhões de mensagens relacionadas à COVID-19 por dia pelo Gmail, além de 240 milhões de spams diários vinculados à crise sanitária.

A empresa, com sede na Califórnia, afirma ter condições de bloquear 99,9% destes ataques antes mesmo que atinjam seu alvo.

E anunciou nesta quarta-feira a destinação de 200 mil dólares em subvenções para pesquisadores, que vão ajudar a identificar as diferentes falhas e pontos fracos do sistema.

O ponto positivo é que o volume de ataques lançados por grupos apoiados por Estados não teriam aumentado. “Trata-se apenas de uma mudança de tática”, explica Shane Huntley.

Este volume até diminuiu em março, um sinal de que “os hackers, como várias outras organizações, enfrentam a redução de produtividade e problemas ligados aos esforços mundiais de confinamento e quarentena”.