O Goldman Sachs revisou para pior as expectativas da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Segundo análise do grupo de investimentos globais, aumentou para 60% as possibilidades do governo norte-americano aplicar uma nova tarifa de 10% sobre os US$ 300 bilhões em produtos importados do país asiático. No relatório anterior, a possibilidade da manobra era de 40%.

No mês passado, o presidente Donald Trump anunciou um aumento de 10% para 25% das taxas de centenas de bens importados da China. Em retaliação, Pequim também anunciou aumento equivalente aos produtos norte-americanos. Segundo o Goldman Sachs, Washington já está estudando aumentar a carga para pressionar ainda mais os chineses.

O fundo de investimentos também aumentou a expectativa do governo dos EUA taxar produtos do México como manobra para forçar o país vizinho a adotar meios mais combativos contra a imigração ilegal. Os analistas estimam que haja 70% de chances de Trump iniciar as tarifas com 5% a partir do próximo dia 10 e 50% de aumentar a taxa para 10% dos produtos mexicanos.

Embora os acordos com a China e o México estejam previstos para representar uma remoção de tarifas, isso não é esperado até o final de 2019 ou até 2020. A nota antecipou que a intensificação da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, juntamente com as crescentes tensões entre os EUA e seus vizinhos do sul, provavelmente prejudicará o crescimento do PIB norte-americano.

Os analistas do Goldman Sachs reduziram a previsão do PIB americano para a segunda metade do ano em cerca de 0,5%, para 2%, mas a expectativa é de que o crescimento “se recupere moderadamente em 2020, à medida que as tarifas caiam e as condições financeiras se estabilizem”.