As passagens aéreas devem ficar mais caras devido ao conflito na Ucrânia. A guerra levou ao aumento na cotação internacional do petróleo e, consequentemente, elevou o preço dos combustíveis no Brasil. O resultado é que essa expansão deve atingir agora as passagens aéreas.

+ Preços do petróleo fecham em alta, mas têm maior queda semanal desde novembro

Segundo a Folha de S.Paulo, Gol, Latam e Azul preparam aumento no valor das passagens aéreas ainda neste mês de março. A medida pega as companhias aéreas em um momento delicado, interrompendo o movimento de recuperação do turismo doméstico iniciado no último trimestre do ano passado.

As restrições de circulação de pessoas devido à pandemia da Covid-19 atingiu as companhias aéreas, sendo um dos setores mais impactados pelas restrições sanitárias e ampliação do home office, que fez desabar a demanda do mercado corporativo.

Em comunicado, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que acompanha permanentemente o impacto da guerra na Ucrânia para os valores do barril de petróleo, constata que as cotações se aproximam de US$ 140, maior valor no país desde 2008.

“Isso pressiona ainda mais o já elevado preço do QAV, que em 2021 alcançou seu maior patamar, acumulando alta de 76,2%, superando as variações do diesel (+56%), gasolina (+42,4%) e gás de cozinha (+36%), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, escreveu a entidade.

A Abear afirma ainda que historicamente o combustível responde por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela superior à 50% indexada pelo dólar.

“Diante desse cenário, a Abear informa que o consequente encarecimento do QAV nos curto e médio prazos poderá frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos, incluindo o foco na expansão de mercados regionais, num setor que acumula prejuízo de R$ 37,4 bilhões de 2016 até o terceiro trimestre de 2021, impactando também o transporte de cargas e toda a cadeia produtiva do turismo.”

A Abear defende que medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor.