A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou em Curitiba que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sairá da prisão por uma medida jurídica, mas que o caso dependerá de uma saída política. Um dia após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, derrubar liminar que permitia a soltura do petista, a dirigente afirmou que o STF não poderá ficar à reboque do governo do futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL).

“A saída do caso dele não é uma saída jurídica. Tentou-se de tudo que pode no mundo jurídico. É uma saída política, e está ficando cada vez mais claro que a prisão é política”, disse a presidente do partido nesta quinta-feira, 20, durante entrevista coletiva, quando questionada se acreditava que a situação jurídica de Lula só mudará com um cenário político diferente.

Além disso, a presidente da legenda relatou que o ex-presidente não acreditava que pudesse ser solto ontem. Gleisi declarou que o partido vai fazer uma “luta política” para buscar a liberdade de Lula, condenado na Lava Jato e preso desde 7 de abril na capital paranaense.

O PT atribuiu a decisão de Toffoli a uma suposta pressão que teria como principal agente o governo eleito de Jair Bolsonaro. “Se o Supremo ficar, em relação ao governo, ao Executivo, a reboque, suscetível a pressão, vai ser muito ruim para o País e para a nossa democracia”, declarou Gleisi.

As críticas do partido também foram direcionadas à juíza Carolina Lebbos, da Vara de Execução Penal de Curitiba, por deixar de determinar a soltura do ex-presidente após liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do STF.

A presidente do PT disse ainda que a decisão tomada pelo Supremo nesta quarta-feira, 19, coloca o Brasil em uma situação de “vexame” internacional e que Lula, mesmo preso, será a “centralidade” da oposição do PT ao governo Bolsonaro.