O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou à 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto (SP) que encaminhe à Corte documentos que apontem citações com qualquer indício de responsabilidade do deputado federal e líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Baleia Rossi, na Operação Sevandija. O pedido, despachado ontem (30) por Mendes, deve ser cumprido em dez dias e atende a uma petição do parlamentar feito na última terça-feira (27).

A primeira instância na cidade paulista, base eleitoral de Rossi, conduz o processo da Operação Sevandija, da Polícia Federal (PF), deflagrada em setembro do ano passado, que investigou o desvio de recursos na prefeitura local. Na segunda fase, em dezembro, batizada de Mamãe Noel, a então prefeita Dárcy Vera (PSD) foi presa.

No pedido feito ao STF, Rossi anexa documento do promotor Leonardo Romanelli, do Ministério Público do Estado de São Paulo, um dos que comandaram as investigações. Nos papéis que integram o processo, o empresário Marcelo Plastino, um dos investigados na operação, afirma ter feito pagamentos mensais de R$ 20 mil a Rossi e ainda R$ 100 mil para campanhas de políticos apoiados por ele. Plastino era dono da Atmosphera, empresa fornecedora de mão de obra terceirizada e contratada pela prefeitura local para apadrinhar indicados de políticos. Ele cometeu suicídio em novembro do ano passado.

Rossi sustenta que por ser deputado federal e, portanto, ter foro privilegiado, não poderia ser investigado pela Justiça local. “Havendo indícios de responsabilidade penal do parlamentar federal nos crimes em apuração naquela investigação, deverá o Juízo remeter os autos a esta Corte”, conclui Mendes no despacho de ontem.