A Gillette anunciou uma campanha inédita para a reciclagem de lâminas de barbear usada nos Estados Unidos. A ação foi divulgada na semana passada e cobrirá inclusive embalagens e produtos das concorrentes. A campanha está sendo feita em parceria com a Terracycle e transformará os materiais coletados em bicicletários, bancos para praças e tigelas de alimentos para animais.

Além de receber as lâminas das pessoas, a Gillette ainda espalhará lixeiras de coleta em pontos especiais, como academias e empresas, para facilitar a interação das pessoas. Os clientes que usam o serviço de assinatura da companhia de cosméticos também podem devolver navalhas antigas por meio do programa.

“Tudo se resume a economia”, diz Stephanie Moses, gerente sênior de contas de parcerias de marcas na Terracycle ao site Fast Company. “Essencialmente, quando é mais caro reciclar materiais – então o custo de logística e processamento é maior que o valor do material – é considerado não reciclável. Simplesmente não faz sentido do ponto de vista econômico.”

Apesar dos benefícios ao meio ambiente, a própria Terracycle admite que a medida é apenas paliativa. De acordo com Moses, as grandes companhias devem se esforçar para desenvolverem embalagens e produtos que tenham uma durabilidade ou um uso maior do que os atuais.

Tanto a Terracycle quanto a Procter & Gamble, proprietária da marca Gillette, também estão trabalhando em um experimento chamado Loop, que explora como as embalagens – de desodorantes a caixas de sorvete – podem ser reutilizadas em vez de recicladas. O projeto deve ser lançado ainda neste ano.

A ação da Gillette vem dias depois da Coca-Cola admitir a responsabilidade de produzir três milhões de toneladas de plástico por ano, o equivalente a 200 mil garrafas por minuto, em 2017. O movimento faz parte de uma ação da Ellen MacArtur Foundation, organização filantrópica que busca a redução do uso de plástico no planeta, e que já tem apoio de companhias gigantes, como Pepsi Co, H&M, L’Oréal, Walmart e Marks & Spencer.