O termo “não tá fácil pra ninguém” tornou-se uma expressão popular, em modo irônico, apontando que os problemas estão aí para todos, sejam ricos ou pobres. Não à toa, foi repetido à exaustão este ano. De acordo com levantamento da Serasa Experian, de janeiro ao final de novembro, 1.297 empresas entraram com pedidos de recuperação judicial, números em linha com igual período de 2017. Desse montante, 201 são consideradas grandes companhias, um avanço de 3,6% na comparação com um ano antes. O quadro abaixo retrata algumas das principais empresas que apresentaram propostas para tentar sair do atoleiro econômico.

Livrarias em apuros

Duas das maiores e principais redes de livrarias do País sucumbiram à crise em 2018. A primeira foi a Livraria Cultura, que pediu recuperação judicial em 24 de outubro, com dívidas avaliadas em R$ 285 milhões. De acordo com o escritório Felsberg, que representa a empresa, as dívidas apenas com fornecedores chegam a R$ 92 milhões. Em 2016, a varejista faturou R$ 420 milhões, algo próximo a valores de 2013. Em 2017, causou estranheza no mercado quando anunciou que estava adquirindo a totalidade de lojas da varejista francesa Fnac no Brasil. Em outubro, a Cultura fechou a última das 12 operações da Fnac no País. Crise semelhante vive a Saraiva, maior rede de livrarias do Brasil. Em novembro, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 675 milhões. Pouco antes, já havia anunciado o fechamento de vinte unidades em todo o País, o que provocou o desligamento de 700 funcionários. A Saraiva também acumulou prejuízos neste ano. Ao fim do segundo trimestre, o rombo foi de R$ 37,6 milhões. No terceiro trimestre, esse número saltou para R$ 66,6 milhões.