O BNDES espera uma conjuntura mais favorável para 2017, com expectativa de recuperação gradativa da economia e da demanda por recursos do BNDES ao longo do ano. Entre outros pontos, o superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Fabio Giambiagi, menciona sinais macroeconômicos recentes, como a queda da inflação, a redução do endividamento das famílias, a melhora da confiança e redução das taxas de juros pelo Banco Central.

“Visualizamos uma combinação positiva de redução do endividamento, com a redução da taxa de juros, reduzindo o endividamento das famílias e permitindo que tomem decisões que movimentam a economia”, disse Giambiagi. “O importante é olhar para o futuro e o BNDES espera ser um componente importante desse processo de recuperação da economia”, completou.

O banco teve em 2016 o menor nível de desembolsos para projetos desde 2007. O volume foi de R$ 88,3 bilhões, frente a R$ 64,8 bi naquele ano. O volume de empréstimos liberados pelo BNDES anualmente vem caindo desde 2014 e ficou abaixo de R$ 100 bilhões no ano passado pela primeira vez desde 2008.

“Estamos falando de uma instituição que apoia o crédito. O BNDES não é uma ilha e faz parte de um contexto de dois, três anos muito ruins (da economia) aos quais o banco não poderia ficar alheio”, justificou Giambiagi, que destacou a queda de 28% da Formação Bruta de Capital Fixo (investimento), no período acumulado entre o terceiro trimestre de 2013 e o terceiro trimestre de 2016.

Giambiagi diz que o banco teria recursos para atender um salto importante da demanda das empresas por empréstimos, embora não acredite que isso vá ocorrer de imediato. Giambiagi aponta para uma retomada gradual das consultas (primeira fase da concessão de empréstimos pelo banco de fomento) diante de uma melhora incipiente de indicadores macroeconômicos, desde que ela seja consistente e acompanhada pela consolidação de reformas como a da Previdência.

O economista estima que o País possa crescer entre 0,5% e 1% em 2017, mas que a partir de 2019 pode passar a crescer a taxas de 3% ao ano. “Em um cenário em que as peças do quebra-cabeças comecem a se encaixar em 2017 e 2018, podemos ter a partir de 2019 um ciclo muito positivo da economia”, avaliou. “Esperamos contribuir para esse movimento de retomada da economia”, disse.