O executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn, de 64 anos, ex-presidente da Nissan Motors, deve comparecer ao Tribunal do Distrito de Tóquio na próxima terça-feira (8). O pedido para ele ser ouvido foi dos seus advogados de defesa. Na ocasião, ele vai apresentar sua versão sobre os fatos. Será sua primeira aparição pública desde sua detenção, no dia 19 de novembro de 2018.

O empresário é acusado de fraude fiscal. Promotores de Tóquio o denunciaram por suspeita de subnotificação de ganhos de US$ 44,6 milhões em rendimentos e de ter usado ativos da Nissan em benefício próprio. As acusações vão desde 2010, quando segundo a justiça japonesa, o empresário começou a sonegar seus ganhos.

Ghosn é alvo ainda de uma segunda denúncia por ter causado prejuízo de US$ 16 milhões para a montadora.

Detido desde novembro, Ghosn recebeu um novo mandado de prisão em 21 de dezembro por suspeita de quebra de confiança agravada. Ele deve ficar preso até 11 de janeiro. Suas sentenças podem deixá-lo preso por até 10 anos.

No momento, visitas de parentes e advogados vem sendo fortemente controladas pela justiça japonesa, dificultando a defesa de estabelecer uma linha de defesa e consequentemente dar sua versão do caso para a imprensa. A visita de Ghosn será a primeira vez que o réu apresentar sua versão dos fatos.

O executivo foi demitido do comando do conselho de administração da Nissan Motors. Ele mantinha residências no Rio de Janeiro, Paris, na França, e Beirute, no Líbano.

*Com informações da NHK, emissora pública de televisão do Japão