Presente no Brasil há 94 anos, a seguradora italiana Generali iniciou uma nova fase em 2016. Até então uma empresa tradicional que vendia suas apólices apenas por meio de corretores e mantinha uma atuação discreta, a Generali passou a apostar em parcerias com companhias de outros setores que pudessem distribuir seus produtos. A primeira foi com o banco BMG. Depois, associações com a operadora de telefonia TIM e com a prestadora de serviços de saúde Tem (a semelhança dos nomes é uma coincidência). Agora, a companhia presidida por Antonio Cássio dos Santos fechou um acordo com uma empresa de varejo. A Generali associou-se à rede de varejo goiana Novo Mundo para vender seguros. “Fechamos um acordo que pode chegar a 18 anos e que, nas nossas contas, permitirá vender R$ 2,4 bilhões em prêmios ao longo desse período”, diz Claudia Papa, vice-presidente da Generali no Brasil. Para isso, a seguradora vai investir R$ 120 milhões.

Pelo acordo, as 150 lojas da rede, espalhadas pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste vão distribuir apólices do tipo garantia estendida, proteção contra roubo e quebra de telefones celulares, computadores e tablets, e um produto pouco conhecido no País, o seguro medicamento. “Se o segurado tiver de ser atendido em um pronto-socorro, essa apólice paga todos os medicamentos que ele precisar, desde que genéricos”, diz Claudia. “É um produto extremamente popular, que custa R$ 10 por mês.”

José Carlos Guimarães, diretor de operações da Novo Mundo, diz que o acordo vai permitir uma modernização do varejo. “Vamos usar recursos de inteligência artificial para oferecer seguros ao cliente que comprou um de nossos produtos, mas não contratou nenhuma proteção”, diz ele. “Isso proporciona ao cliente uma segunda chance de fazer seguro.” Atualmente, a receita da Novo Mundo com seguros é de R$ 70 milhões, em um faturamento que chega a R$ 1,5 bilhão, mas Guimarães pretende ampliar essa cifra. “Vamos oferecer produtos novos, voltados especialmente para o cliente que gosta de comprar por meios digitais.”