Papéis avulsos

No dia 26 de dezembro, a General Shopping, que possui 15 centros de compras no País, anunciou uma reestruturação societária e a distribuição de R$ 828 milhões em dividendos, o equivalente a 352% do seu valor de mercado na data. Os investidores gostaram e as ações subirem 164%. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não gostou tanto. No mesmo dia, a autarquia abriu um processo para apurar o caso. A General Shopping prometeu o dividendo generoso apesar das receitas estarem em queda. No terceiro trimestre de 2018, ela faturou R$ 58,4 milhões, queda de 17,9% em relação ao mesmo período de 2017. Nos nove primeiros meses do ano passado, o prejuízo acumulado era de R$ 349 milhões. No entanto, para distribuir o polpudo provento, a companhia vai lançar mão de R$ 841 milhões em reservas de lucros a realizar. A incerteza fez as cotações caírem 8,4% no primeiro pregão de 2019. Procurada, a empresa não comentou.

 

Touro x Urso

O otimismo em relação às intenções do novo governo sobre a aprovação da reforma da Previdência e a disposição para levar adiante as privatizações elevou o apetite dos investidores, que foram às compras no primeiro pregão do ano. Diante do cenário, o Ibovespa fechou a sessão de 2 de janeiro em alta de 3,56%, aos 91.012 pontos, e renovou o patamar recorde de 3 de dezembro, quando havia atingido a faixa de 89.820 pontos.

 

Quem voltou lá

Esteves volta ao controle do BTG

O fundador e principal sócio do BTG Pactual, André Esteves, vai voltar para o bloco de controle do banco, o chamado “G7 holding”, após três anos afastado por conta das investigações da Lava-Jato. Há cinco meses, Esteves foi absolvido das acusações de corrupção e, embora participasse das decisões, não ocupava nenhum cargo executivo. A sua volta oficial agora depende da aprovação de outros membros da sociedade.

 

Quem vai lá

Tarpon vai sair da Bolsa

A gestora de recursos Tarpon, listada na Bolsa desde 2007, anunciou que pretende fechar seu capital. Depois de investimentos mal-sucedidos, como a compra de cerca de 11,9% da BRF, o patrimônio sob gestão encolheu do pico de R$ 10 bilhões para R$ 3,84 bilhões. Segundo um comunicado da empresa, 77% desse valor está comprometido com resgates futuros já anunciados pelos investidores. O movimento reflete-se no valor de mercado, que recuou dos R$ 905 milhões de abril de 2008 para R$ 97,3 milhões na quarta-feira 2. A Tarpon anunciou que pretende recomprar os papéis com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), a R$ 2,25.

 

Destaque no pregão

Expectativa por privatização eleva ação da Eletrobras

As ações da Eletrobras subiram 20,72% no primeiro pregão do ano, como reflexo da declaração do novo ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque Júnior, sobre a intenção de dar prosseguimento ao processo de privatização da companhia, que será feito por meio da emissão de ações. Para isso, o Congresso terá de aprovar o projeto de lei que reduz a participação da União na empresa de 60% para 40%. Além disso, o atual presidente Wilson Ferreira, que é considerado pelo mercado como o executivo ideal para auxiliar no processo, declarou que pretende ficar no cargo. Na visão dos analistas, a venda da empresa torna possíveis os investimentos de R$ 30,2 bilhões projetados para o período de 2019 a 2023. Desse montante, R$ 12 bilhões serão direcionados para a Usina Nuclear Angra 3.

Palavra do analista:
Luiz Gustavo Pereira, da Guide, diz que o plano de investimentos apresentado em 26 de dezembro visa melhorar as redes de transmissão. “Estamos mais otimistas com a companhia, que vem aprimorando sua estrutura de capital e operacional.”

 

Energia

Ômega Geração compra complexo eólico por R$ 1,9 bilhão

A Omega Geração, que opera 19 empreendimentos com capacidade instalada de 476 MWs, anunciou no dia 31 de dezembro um acordo para adquirir 100% do Complexo Eólico Assuruá, na Bahia, por R$ 1,9 bilhão. Com capacidade instalada de 303 MWs, a planta é formada por 13 centrais eólicas. Analistas apontam que com a compra, a companhia pode triplicar de tamanho nos próximos três anos. A Ômega lucrou R$ 24,3 milhões no terceiro trimestre de 2018, alta de 130% em relação ao mesmo período de 2017. As ações sobem 4,5% no ano.

 

 

Mercado em números

SANTANDER
R$ 4,8 bilhões – É o valor que o banco vai pagar em proventos. O montante foi aprovado pelo Conselho de Administração

COSAN
R$ 562 milhões – É quanto a empresa de energia vai captar por meio de uma emissão privada de novas ações de sua subsidiária de lubrificantes. Os subscritores serão os cotistas do CVC Fund VII,

BR DISTRIBUIDORA
R$ 322,7 milhões – É quanto a subsidiária da Petrobras recebeu da recém-privatizada Ceron, distribuidora de eletricidade de Rondônia, para a quitação antecipada de dívidas

VIA VAREJO
R$ 221 milhões – É o montante que o Grupo Pão de Açúcar pretende receber pela venda de 50 milhões de ações da companhia, o que representa 3,86% do capital social

SMILES
17,1% – É o percentual de reajuste que a Gol promoveu a partir de 1º de janeiro para possibilitar a transferência de passagens e milhas para o seu programa de relacionamento