Depois de recusar o Ministério de Infraestrutura por motivos pessoais, o general da reserva Oswaldo Ferreira será nomeado presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Criada em 2011, a empresa é vinculada ao Ministério da Educação e tem como principal atribuição o gerenciamento de hospitais universitários federais.

Ferreira foi um dos principais conselheiros da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República e comandou, juntamente com o general Augusto Heleno, o chamado “Grupo de Brasília”, que reuniu militares durante a campanha e na transição. Ele foi o responsável por elaborar estudos e planos na área de infraestrutura e era o mais cotado para assumir o ministério, mas não aceitou o convite alegando questões pessoais.

O general disse que aceitou o convite pelo caráter técnico do posto. “É um cargo em nível totalmente técnico. Nossa missão é melhorar a gestão da empresa, que passa tanto por aumentar a resolubilidade dos hospitais e de melhorar a parte do ensino, tornar mais eficiente a formação dos profissionais de saúde como um todo”, afirmou.

O convite foi feito pelo futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, que queria um militar na empresa. Após conversar com o ministro, Ferreira disse que não tem planos de privatização para o setor, mas de melhoria de eficiência e gestão nos mais de 40 hospitais universitários gerenciados pela empresa. Ele ressaltou que o atendimento nessas unidades de saúde é um dos braços do SUS e que a EBSERH comanda mais de 9 mil leitos, com 320 mil internações e 23 milhões de consultas por ano. A empresa foi criada após recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) para centralizar a gestão dos hospitais universitários.

Aos 64 anos, Ferreira foi para a reserva há pouco mais de um ano depois de comandar o Departamento de Engenharia e Construção do Exército, que ganhou prêmio de gestão do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2015.