De tempos em tempos, um produto de consumo popular se torna obsoleto. Foi assim com o videocassete e também com a máquina de escrever. E tudo indica que a próxima dessa lista será a lâmpada incandescente. Pelo menos é nisso que acredita a direção da General Eletric (GE) que anunciou, na quinta-feira 4, o fechamento de sua fábrica no Brasil.

A unidade, erguida em 1921 em Maria da Graça, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, é a mais antiga em operação fora dos Estados Unidos. ?É uma decisão de caráter estratégico e global que não afeta apenas o Brasil?, justifica José Luiz Castrese, presidente das divisões de consumo e industrial da GE para a América do Sul.

Desde meados de 2006 já foram encerradas operações semelhantes nos Estados Unidos, Canadá, México e Chile. Por se tratar de uma tecnologia obsoleta, a GE deixou de investir na linha de montagem daqui, que operava com ociosidade de 50%. Segundo o executivo, os 900 funcionários da filial serão indenizados e contarão com um pacote de benefícios que inclui auxílio para recolocação no mercado de trabalho. As dispensas começam a ser feitas em janeiro.

Isso não significa, no entanto, que a companhia sairá do segmento que se tornou sinônimo de sua atuação no Brasil aos olhos do consumidor. ?Manteremos ativos os departamentos de venda e distribuição?, conta Castrese. A demanda será atendida com produtos vindos das plantas situadas na Europa e na Ásia. Hoje, as importações já respondem por 60% das vendas dessa divisão no País, cujo total o executivo não revela. A ?morte? da lâmpada incandescente está diretamente ligada à busca mundial por eficiência energética. Um tendência que ficou mais evidente por aqui após o racionamento de energia, ocorrido em 2001.

Desde então, a lâmpada fluorescente compacta (CFL) ganhou espaço, crescendo de praticamente zero para 30% das vendas do setor.