O governo britânico criticou, nesta quinta-feira, a decisão dos Estados Unidos de reativar a estratégia de sanções e pressões contra Cuba, e disse que vai trabalhar com a União Europeia para “proteger” os seus interesses na ilha.

O governo americano aumentou a pressão contra Cuba, apesar das advertências de seus sócios europeus, contrariando a flexibilização adotada pela administração precedente, de Barack Obama, que considerou que a estratégia impulsionada durante meio século por Washington não havia dado resultados.

Na quarta-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou que em 2 de maio vai entrar em vigor uma norma que permite processar em tribunais americanos empresas estrangeiras presentes em Cuba, que administrem bens confiscados após a revolução, terminando com uma isenção de duas décadas, apesar das advertências de seus parceiros.

Em termos legais, significa aplicar o título III da Lei Helms-Burton, de 1996, que estava suspenso.

“A aplicação extraterritorial das sanções do título III, que consideramos ilegais sob a lei internacional, ameaça prejudicar as empresas britânicas e europeias que fazem negócios legais em Cuba ao expô-las a processos judiciais nos Estados Unidos”, explicou em comunicado o Foreign Office.

“Vamos trabalhar em conjunto com a UE para proteger os interesses de nossas empresas”, acrescentou.

O governo britânico defendeu “o diálogo, não o isolamento” para encorajar mudanças políticas na ilha, e para Cuba “desempenhar um papel menos perturbador na Venezuela”.

O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, visitou Cuba no final de março.