O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) desacelerou de 0,93% para 0,84% no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de dezembro, informou nesta quarta-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador cheio teve alta de 0,87%, após 0,02% em novembro. Com o resultado, o IPC-M encerrou 2021 com avanço acumulado de 9,32%, quase o dobro dos 4,81% registrados em 2020.

Seis das oito classes de despesa componentes do IPC-M registraram arrefecimento em dezembro. A principal contribuição foi de Transportes, que desacelerou de 2,93% para 1,26%, com peso da gasolina (7,14% para 2,24%).

+ Mais emprego, mas com renda menor

Também apresentaram desaceleração em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,74% para 0,54%), Comunicação (0,17% para 0,05%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,21% para 0,17%), Despesas Diversas (0,22% para 0,13%) e Vestuário (0,62% para 0,61%).

Nessas classes, os maiores pesos de itens foram de hortaliças e legumes (9,88% para -3,07%), tarifa de telefone residencial (1,74% para 0,00%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,47% para 0,10%), cigarros (0,97% para 0,20%) e acessórios do vestuário (0,58% para 0,33%), respectivamente.

Na direção oposta, dois grupos avançaram em relação a novembro. Habitação acelerou de 0,37% para 1,09%, com destaque para tarifa de eletricidade residencial (0,12% para 3,11%), enquanto o grupo Educação, Leitura e Recreação passou de 0,34% para 1,80%, puxado por passagem aérea (1,62% para 11,52%).

Influências individuais

Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para o alívio do IPC-M em dezembro foram tomate (14,14% para -7,45%), batata-inglesa (14,23% para -10,98%) e leite tipo longa vida (-2,56% para -2,24%). Perfume (-0,10% para -1,19%) e arroz (-0,90% para -2,19%) completam a lista.

As principais influências individuais de alta foram passagem aérea (1,62% para 11,52%), gasolina (7,14% para 2,24%) e tarifa de eletricidade residencial (0,12% para 3,11%), seguidas por automóvel novo (0,85% para 1,03%) e refeições em bares e restaurantes (0,40% para 0,81%).

IPAs

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) subiu 0,95% em dezembro, após queda de 0,29% em novembro. O resultado puxou o avanço de 0,87% registrado no IGP-M do mês. Nas aberturas por origem dos produtos, os preços ao produtor agropecuário inverteram o sinal do mês anterior, de -2,13% para +1,27%. O IPA-M industrial, por sua vez, se manteve em campo positivo e acelerou de 0,47% para 0,82% nesta leitura.

Com o resultado, o IPA-M agropecuário acumulou inflação de 16,65% em 2021, após 49,43% em 2020. Os preços industriais avançaram 22,22% neste ano, um arrefecimento em relação aos 25,31% do ano passado.

Nas aberturas por estágios de processamento, as matérias-primas brutas passaram de deflação de 4,84% em novembro para inflação de 1,22% em dezembro. O grupo subiu 8,31% em 2021.

A aceleração das matérias-primas foi puxada por minério de ferro (-15,15% para -0,52%), bovinos (-4,39% para 11,69%) e soja em grão (-2,85% para -1,03%). No sentido oposto, os destaques foram aves (-1,37% para -5,08%), laranja (-1,35% para -4,10%) e algodão em caroço (1,41% para 0,05%).

Os bens finais desaceleraram de 0,97% para 0,53% no período, puxados pelo subgrupo combustíveis para o consumo (8,60% para 0,25%). Os bens intermediários arrefeceram de 3,38% para 1,02%, devido à desaceleração de materiais e componentes para a manufatura (2,13% para 0,40%).

Os bens intermediários acumularam alta de 38,37% em 2021, ao passo que os bens finais avançaram 17,64%.

Bovinos (-4,39% para 11,69%), café (7,79% para 12,52%) e cana-de-açúcar (2,72% para 2,83%) foram os itens que mais contribuíram para a alta do IPA-M de dezembro. Adubos ou fertilizantes (9,50% para 4,30%) e celulose (2,02% para 13,55%) completam a lista.

Em contrapartida, batata-inglesa (5,42% para -29,67%), milho (-5,00% para -2,68%) e aves (-1,37% para -5,08%) ajudaram a limitar o avanço do índice, seguidos por soja em grão (-2,85% para -1,03%) e leite in natura (-6,83% para -3,48%).