Benny Gantz, sócio do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, no governo de coalizão israelense, anunciou nesta terça-feira (1) que seu partido votará a favor de um projeto de lei da oposição para dissolver o Parlamento, uma medida que pode levar a uma quarta eleição em menos de dois anos.

Em um discurso televisionado, Gantz antecipou que o Partido Azul e Branco “votará amanhã pela dissolução da Knesset (Parlamento de Israel)”.

O partido de centro Azul e Branco de Gantz é o parceiro-chave em uma coalizão frágil liderada pelo Likud de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A coalizão surgiu depois de três eleições nas quais nenhuma maioria se formou entre Netanyahu e Gantz, mas foi atormentada desde o início por críticas lutas internas.

Gantz, um ex-comandante do Exército que atua como ministro da Defesa, disse que a recusa de Netanyahu em apoiar uma proposta de orçamento deixou clara a intenção do primeiro-ministro em levar Israel de volta às urnas.

A votação de quarta-feira é preliminar e a medida exigirá dois votos adicionais no Knesset antes de convocar uma nova eleição.

Pouco antes do discurso de Gantz, o primeiro-ministro postou um vídeo no Twitter incentivando seu parceiro a votar contra a iniciativa da oposição.

“Agora não é hora de eleições. Agora é hora de unidade”, disse Netanyahu.

O governo de unidade Netanyahu-Gantz, acordado em abril, tinha como objetivo, em parte, dar estabilidade a Israel após a pior crise política de sua história e meio ao avanço da pandemia do coronavírus.

De acordo com o pacto, Netanyahu atuaria como primeiro-ministro durante a primeira metade do acordo de três anos, com Gantz assumindo o cargo em novembro de 2021.

O acordo incluía várias cláusulas que teriam causado o colapso automático da coalizão, incluindo a incapacidade de aprovar um orçamento.

Os críticos de Netanyahu o acusam de se recusar a aprovar um orçamento de dois anos como uma tática para garantir que ele não seja forçado a entregar o cargo de primeiro-ministro a Gantz.