O empresário José Luiz Gandini, dono da Kia Motors no Brasil e presidente da associação das importadoras de automóveis, a Abeifa, está sorrindo à toa. Ou melhor, com razão. A venda de carros importados cresceu 26,3% no ano passado, com o emplacamento de 37,5 mil unidades. “Se o dólar não tivesse flutuado tanto em torno dos R$ 3,90, o resultado teria sido ainda melhor”, diz Gandini. Mas seu semblante não esconde o alivio. Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que encampou uma cruzada contra os importadores em nome de um suposto fortalecimento da indústria nacional, as vendas despencaram mais de 70%, com fechamento de concessionárias e demissões. “Eu vendia mais imposto do que carro”, disse ele, ao se referir à cobrança de 30 pontos adicionais no IPI para quem importasse acima de uma cota definida pelo governo, por meio do programa Inovar-Auto, que expirou em 2018. Para 2019, a expectativa de Gandini é de novo crescimento do mercado, dessa vez de 33%, para cerca de 50 mil unidades vendidas.

(Nota publicada na Edição 1103 da Revista Dinheiro)