Os países do G7 estão prontos para “usar todas as ferramentas apropriadas” para reduzir o impacto econômico da nova epidemia de coronavírus, incluindo medidas “orçamentárias”, de acordo com um comunicado divulgado nesta terça-feira por seus ministros da Economia e presidentes de bancos centrais.

O texto era esperado com ansiedade pelos mercados financeiros, que viveram na semana passada uma queda inédita desde a crise de 2008.

“Os ministros da Economia do G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – estão prontos para agir, e até tomar medidas orçamentárias, se necessário, para (…) apoiar a economia”, diz o comunicado divulgado após uma conferência telefônia.

Os presidentes dos bancos centrais se comprometeram a “apoiar a estabilidade dos preços e o crescimento econômico, mantendo a resistência do sistema financeiro”.

Os ministros e presidentes dos bancos centrais do G7 destacaram que “acompanham atentamente a epidemia de coronavírus 2019 (COVID-19) e suas consequências nos mercados e nas condições econômicas”.

No entanto, não há compromisso de uso da arma monetária, que alguns investidores especulavam.

As bolsas europeias reagiram positivamente à publicação do comunicado.

Horas depois, o Federal Reserve dos EUA anunciou a implementação de um corte nas taxas de emergência, respondendo ao crescente risco econômico causado pela epidemia de coronavírus e dando ao presidente Donald Trump o estímulo que ele pediu.

Em uma decisão unânime, o comitê de definição de políticas do Fed reduziu sua principal taxa de juros pela metade para um intervalo de 1,0 a 1,25.

Em comunicado, o banco central afirmou que “o coronavírus apresenta riscos crescentes para a atividade econômica” e o Fed “está monitorando de perto os desenvolvimentos e suas implicações para as perspectivas econômicas”.

Nada indica, porém, que o compromisso do G7 será suficiente para despertar uma economia global que está desacelerando à medida que a doença se espalha: mais de 92.000 casos no total, incluindo 3.127 mortes, em 77 países e territórios.

Na segunda-feira, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, declarou que a instituição está “preparada para adotar as medidas apropriadas” diante dos riscos para a economia do novo coronavírus.

A OCDE, por sua vez, reduziu suas previsões sobre o avanço da economia mundial devido ao novo coronavírus, e espera um crescimento de 2,4% em 2020.

A organização advertiu ainda que o mundo poderá registrar recessão ainda no primeiro trimestre.

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