A expectativa média de vida do brasileiro aumentou em três meses e quatro dias, de 2017 para 2018, para 76,3 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados no final do mês de novembro. Em outras palavras, estamos vivendo mais, o que é muito bom. Por outro lado, o desafio que se impõe às famílias após a aprovação da reforma da Previdência Social é acumular “um par de meias” para se proteger das necessidades do futuro, com gastos cada vez maiores com serviços de saúde diante da longevidade aumentada de nossos dias no planeta. Uma parcela da população mais precavida, pouco mais de 13,3 milhões de pessoas, de acordo com o último levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) já despertou para a acumulação financeira em planos de previdência complementar (PGBL ou VGBL). No acumulado até setembro de 2019, esse público aportou R$ 37 bilhões a mais em seus planos formando um patrimônio de R$ 917 bilhões.

Para Marcelo Wagner, diretor financeiro da Brasilprev, o crescimento expressivo da captação líquida no segmento não é necessariamente uma novidade, mas sim há uma mudança nas alocações. Os recursos estão se direcionando para fundos de previdência multimercados e de ações por causa dos juros baixos nos planos de renda fixa. “A maré baixou, e as pedras aparecem. Temos muitos clientes que precisam de consultoria para escolher os produtos”, diz. Ele contou que cerca de 60% da captação nova foi destinada para fundos de previdência multimercados. “E também houve migração dentro da própria renda fixa, para carteiras de prazo mais longo e crédito privado, que apresentam ganhos maiores”, afirma.
Entre as novidades para 2020, Mauro Guadagnoli, superintendente comercial da Brasilprev, contou que sua instituição deve lançar o produto Ciclo de Vida 2050. “Nosso grande desafio foi massificar o trabalho de assessoria financeira nas agências do Banco do Brasil para educar o cliente de que a previdência privada é uma aplicação de longo prazo”, diz. Carteiras de horizonte de longo prazo como a Ciclo de Vida 2050 podem – por sua natureza de prazo estendido – ter papéis com duração maior, ou seja, com vencimentos mais distantes, e consecutivamente, prêmios (ganhos) maiores. Vale destacar que a carteira Ciclo de Vida 2040 E teve ganhos de 24,86% em 2019 até 17 de dezembro, enquanto o fundo Ciclo de Vida 2030 E apresentou rentabilidade de 19,97% no mesmo período de comparação.

Na visão de Marcelo Mello, vice-presidente de Investimentos, Vida e Previdência da seguradora SulAmérica, o ambiente de juros baixos e de crescimento da economia é favorável para um movimento de sofistificação dos produtos de previdência privada. “Estamos no momento perfeito para produtos mais modernos e acessíveis em plataformas e corretoras. É um ciclo sustentável da economia, e talvez essa seja a melhor janela de oportunidades para o investidor”, afirma. Para a pessoa de perfil muito conservador, a SulAmérica recomenda o fundo Prestige Strategie, que não possui nenhum fator de risco em especial. “Para o moderado, temos uma família de fundos de previdência multimercados que tende a agregar mais valor às carteiras”, afirma. Entre os destaques da seguradora, o fundo SulAmérica Ibiúna Long Biase Prev FI Multimercado apresentou ganhos de 17,74% em 2019 até 17 de dezembro, ao passo, que o fundo Constellation SulAmérica Prev FI Multimercado teve valorização de 14,95% em igual base de comparação.

AGILIDADE NA PLATAFORMA Outra novidade no radar para 2020 é a evolução do processo de contratação de planos via plataformas. Fernando Miranda, presidente da Easynvest contou que o processo, muito burocrático por causa de exigências regulatórias do produto, baixou para o tempo entre sete e oito minutos. “A maneira de contratar ficou muito mais simples, sem nenhum papel”, diz. A corretora fez parcerias com seguradoras como a Icatu e selecionou um total de 17 produtos para todos os perfis de risco.

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