O edital de inovação para startups, lançado por Furnas Centrais Elétricas, com foco no combate ao coronavírus para trabalhadores do setor elétrico, teve três projetos vencedores. Foram desenvolvidas soluções para proteção dos funcionários e aumento da segurança no ambiente de trabalho contra a covid-19.

A chamada pública contou com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio de Janeiro (Senai-RJ), por meio do conhecimento de seus técnicos e dos laboratórios do sistema. Os investimentos de Furnas somaram R$ 3 milhões, com recursos de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e contrapartida de R$ 1,5 milhão do Senai-RJ.

Esterilizador

Um projeto vencedor é o Esterilizador do Ar e Ambiente com radiação ultravioleta no espectro C (UV-C ), desenvolvido pela empresa Intechno. O equipamento portátil foi projetado para uso interno em ambientes climatizados e pouco ventilados. “O protótipo está funcionando em testes na subestação do Grajaú, na zona norte do Rio de Janeiro, e é capaz de eliminar vírus, fungos e bactérias. Ele pode ser levado para qualquer sala. É tipo uma maleta portátil, que pode ser levada para uma sala, no momento em que está sendo feita uma reunião. Ele realiza ali a esterilização do ar”, explicou a gerente do Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DPD) de Furnas, Luciana Lulianelli.

Furnas já tem uma proposta para fazer um lote pioneiro para ser utilizado nas salas de operação da empresa. “A gente está em análise interna de uma possibilidade de um lote pioneiro desses esterilizadores, inclusive dentro do nosso edifício sede. O pessoal gostou muito”, disse Luciana.

Pulseira inteligente

O segundo projeto ganhador foi elaborado pela Copacabana, e se destina ao monitoramento da saúde de funcionários da área de operação da empresa. Por meio de smartbands (pulseiras inteligentes), são coletados dados de actigrafia (movimentos via acelerômetro) e frequência cardíaca, sendo possível verificar situações de saúde mental, infecciosa e fadiga apresentadas por eles. “Essa pulseira mede, através dos batimentos (cardíacos) situações de estresse e de pré-infecção. Ela se comunica com o sistema que faz todas as análises dessas informações”, explicou Luciana.

O projeto está em andamento, com testes sendo efetuados, no momento, em 25 funcionários selecionados, e a previsão de conclusão é dezembro deste ano. A ideia é estender o uso da pulseira para as pessoas que estão em home office, e que passam também por uma carga de estresse muito grande.

A gerente informou que as smartbands já estão sendo disponibilizadas internamente para gerentes, superintendentes e diretores de Furnas que queiram utilizá-las.

EPIs

O terceiro projeto é o Esterilizador de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e ferramentas por luz ultravioleta (UV), desenvolvido pela empresa Triex. São quatro armários portáteis esterilizadores com capacidade de eliminar vírus e bactérias das superfícies de objetos colocados dentro de suas gavetas. Esse equipamento foi criado com base nas medidas dos EPIs utilizados por Furnas e começou a ser usado nas usinas de Furnas de Jacarepaguá e Santa Cruz, na zona oeste, e do Grajaú, na zona norte. Será feito teste também no escritório central da companhia.

A partir do sucesso desse edital, Furnas pretende realizar até o início de outubro uma nova chamada pública voltada para startups, mas com novos desafios das áreas de operação, engenharia, comercialização de energia e regulação. “A empresa está muito voltada para a parte de inovação, e Furnas como propulsora de novas startups brasileiras”, disse Luciana.

O novo edital vai repetir os investimentos da chamada anterior, de R$ 3 milhões de Furnas, com contrapartida de R$ 1,5 milhão do Senai-RJ.