O furacão Laura afetava a costa da Louisiana nesta quinta-feira (27), onde tocou o solo na madrugada como um fenômeno de categoria 4, provocando a fuga de centenas de pessoas deste estado do sul dos Estados Unidos e do vizinho Texas diante da perspectiva de enchentes “catastróficas”.

O Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês) informou no boletim da 9h GMT (6h em Brasília) que Laura avançava na Louisiana a 24 km/h como furacão de categoria 3, com ventos de 195 km/h e rajadas ainda mais fortes.

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O fenômeno tocou o solo em Cameron, Louisiana, como categoria 4, com ventos de até 240 km/h.

“PROTEJA-SE AGORA! Considere os ventos extremos iminentes como se fosse a aproximação de um tornado e siga imediatamente para um local seguro em seu refúgio”, advertiu o NHC no Twitter.

“Proteja sua vida”, insistiu a mensagem.

“Tempestade catastrófica, ventos extremos e inundações repentinas estão acontecendo em partes da Louisiana”, alertou o NHC.

 

Além da maré alta, as ondas – que devem invadir 65 km terra adentro – podem provocar uma cheia das águas de entre 4,5 e 6 metros acima do nível normal.

As fortes chuvas podem alcançar, de acordo com as previsões, 130 e 250 milímetros, com alguns picos de quase 400 mm no oeste da Louisiana e leste do Texas.

Os dois estados abrigam grandes centros de refino de petróleo. Mais de 100 plataformas petrolíferas no Golfo do México foram evacuadas como medida de precaução.

– Fugir da rota do furacão –

O governador do Texas, Greg Abbott, advertiu que Laura tem um potencial “sem precedentes” e fez um apelo para que os moradores “saiam do caminho do furacão”.

Durante a terceira noite da Convenção Nacional Republicana, o vice-presidente Mike Pence pediu às pessoas que “prestem atenção nas autoridades estaduais e locais”.

A Guarda Nacional anunciou o envio de mais de 1.000 agentes ao Texas para ajudar na resposta ao furacão, além de 20 aviões e equipamentos para refúgios.

Entre as cidades potencialmente no caminho de Laura e sob ordens de evacuação obrigatória estão Beaumont e Port Arthur, no Texas, que sofreram graves danos na passagem do furacão Harvey há três anos, com um balanço de 68 mortos.

– Evitar contágios –

Angela Jouett, que lidera a operação de evacuação em Lake Charles, informou que novos protocolos foram implementados, devido à pandemia do coronavírus.

“As pessoas que entram (nos centros de proteção) usam desinfetante nas mãos, passam por controles de temperatura e mantêm uma distância física de dois metros”, relatou.

Na localidade texana de La Porte, perto de Houston, onde a saída era voluntária, os moradores procuraram artigos de primeira necessidade.

O governador da Louisiana, John Bel Edwards, anunciou no Twitter o fechamento de trechos da rodovia interestadual (I-10), que liga todo sul do Estados Unidos, e recomendou aos moradores que sigam para o norte “para desviar dos fechamentos e evitar condições impossíveis para dirigir”.

Em Nova Orleans, devastada em 2005 pelo furacão Katrina, de categoria 5, o histórico Bairro Francês estava sem turistas, e sacos de areia foram empilhados diante de portas e janelas. Os edifícios de arquitetura colonial foram protegidos com chapas de madeira.

Laura passou na segunda-feira como tempestade tropical por Cuba, onde causou fortes chuvas e alguns danos. No fim de semana, a tempestade provocou 25 mortes no Haiti e República Dominicana.

A temporada de tempestades no Atlântico, que vai até novembro, deve ser uma das mais severas. O NHC prevê até 25 fenômenos, e Laura é o 12º até o momento.