Representante dos empregados da Petrobras, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) entrou na Justiça Federal do Rio de Janeiro com pedido de anulação do acordo firmado entre a estatal e o Ministério Público Federal que destina R$ 2,5 bilhões para a criação de uma entidade privada a ser gerida pelo MPF.

A ação é de autoria do coordenador da FUP, José Maria Rangel, representado pelo escritório de advocacia Normando Rodrigues. Na ação, são denunciados o procurador Deltan Dallagnol e outros cinco procuradores da Operação Lava Jato que, em janeiro, assinaram um acordo com a petroleira estatal para gerir uma fundação privada que deve ser criada com dinheiro da estatal.

A estatal se comprometeu a depositar cerca de R$ 2,5 bilhões em uma conta vinculada à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde funciona a Lava Jato. A medida é consequência de um acordo firmado com a Justiça dos Estados Unidos para suspender processo contra a empresa, em que a petroleira se compromete a financiar o governo brasileiro em ações de combate à corrupção. Não há compromisso direto, no entanto, de direcionar o dinheiro ao MPF de Curitiba.

Segundo o advogado responsável pela ação, Normando Rodrigues, os procuradores da Lava Jato já declararam ter conseguido resgatar R$ 3,24 bilhões do esquema de corrupção do qual participaram executivos da empresa. “Assim, a vítima do crime (Petrobras) faz um acordo com o investigador do crime (MPF), que custa à vítima 77% do dinheiro que lhe foi devolvido”, argumenta.

Procurado, o MPF de Curitiba ainda não se manifestou.