Após a Alemanha, foi a vez da Noruega anunciar nesta quinta-feira 15, o bloqueio de R$ 134 milhões destinados ao fundo de preservação à floresta amazônica. Enquanto investimentos sustentáveis que levam em consideração questões ambientais, sociais e de governança (ASG) ainda engatinham no mercado brasileiro, em países mais desenvolvidos da Europa trata-se de uma prática reconhecidamente importante para a obtenção de retorno no longo prazo com níveis controlados de risco.

“O investimento ASG é uma parte vital da nossa análise de risco”, diz Marthe Skaar, diretor do Norges Bank, maior fundo de pensão da Noruega com US$ 105,1 bilhões em investimentos. Nos últimos anos, o fundo investiu na criação de um banco de dados ASG, e o utiliza para monitorar as empresas no portfólio. O Norges Bank tem cerca de US$ 9 bilhões no mercado brasileiro, em empresas como Vale, Petrobras e Eletrobras. “Estamos trabalhando para melhorar nossa compreensão sobre os possíveis vínculos entre a sustentabilidade, por um lado, e o risco e o retorno da carteira, por outro”, afirma Skaar. “A integração dos aspectos ASG em nosso modelo de risco pode resultar em desinvestimentos em empresas em que vemos elevados riscos no longo prazo”.

No AP 1, fundo de pensão da Suécia de US$ 38 bilhões, há uma área segregada voltada exclusivamente à criação de valor em investimentos sustentáveis. “Realizamos há bastante tempo o trabalho com temas relacionados à sustentabilidade como uma das nossas crenças de investimento, em um movimento contínuo e prioritário”, afirma Magdalena Håkansson, diretora da área. “Esperamos de todas as empresas, no mínimo, respeito aos acordos firmados internacionalmente, como os princípios do Pacto Global da ONU”, diz ela.