Fundo JBS pela Amazônia inicia investimentos

A urgente luta pela preservação do planeta colocou o Brasil e a Amazônia sob os holofotes internacionais. A biodiversidade da floresta, sua capacidade de sequestrar carbono e seu papel como regulador do aquecimento global a tornaram foco da agenda ambiental. No Brasil, a JBS, líder global no setor de proteína e segunda maior empresa de alimentos do mundo, vai além: defende uma atuação integrada em que o bioma é olhado do ponto de vista da sustentabilidade e do desenvolvimento socioeconômico. Com esse propósito, a empresa lançou o Fundo JBS pela Amazônia e acredita que a palavra integração seja chave para o sucesso de uma agenda que proteja e desenvolva a região.

“O Fundo JBS pela Amazônia tem como objetivo unir iniciativas que combinam conservação e recuperação da floresta, bem-estar das comunidades, geração de riqueza, fomento à pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico, sempre com respeito ao meio ambiente e desenvolvimento da região”, afirma Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Com o aporte inicial de R$ 250 milhões feito pela JBS, o Fundo é aberto a outros agentes privados ou públicos que acreditem no desenvolvimento sustentável. Para incentivar o engajamento de terceiros, a empresa adotou um modelo inédito em que aportará R$ 1 para cada R$ 1 doado. A meta é chegar a R$ 1 bilhão até 2030. “O Fundo tem atuação em toda a região da Amazônia Legal e irá garantir um impacto social positivo para a região”, afirma Andrea Azevedo, diretora do Fundo JBS pela Amazônia.

Para assegurar uma boa governança, o Fundo presidido por Joanita Maestri Karoleski, ex-CEO da Seara, conta com times de Sustentabilidade e de Operação e Controle, além de três Conselhos, um de Administração, um Fiscal e outro Consultivo. Completa a estrutura o Comitê Técnico composto por 11 integrantes. Todos os conselheiros e membros técnicos são independentes e os projetos são auditados pela KPMG.

BENEFICIADOS
Nesta primeira rodada, mais de 50 projetos foram analisados. O RestaurAmazônia, projeto da ONG Solidaridad, por exemplo, receberá R$ 25 milhões ao longo de cinco anos para implantar sistemas agroflorestais em 1,5 mil pequenas propriedades. O Economias Comunitárias Inclusivas (Amapá) fortalecerá a cadeia do açaí a partir de um investimento de R$ 15,9 milhões em três anos, promovendo assim a ampliação da renda de 240 famílias. Já o Projeto Pesca Justa e Sustentável, da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), vai fortalecer a cadeia do pirarucu, beneficiando 450 famílias. Na área de crédito, a Conexsus, do Instituto Conexões Sustentáveis, receberá R$ 1,5 milhão em dois anos para ajudar a liberar o acesso ao crédito para pequenos agricultores das cadeias de valor da castanha, açaí, pescado, madeira, óleos e resinas. Por fim, a AMAZ, primeira aceleradora amazônica de negócios com foco no impacto socioambiental, receberá aporte de R$ 2,5 milhões. “Estamos formando uma rede única de parceiros, que reúne grandes empresas, investidores, empreendedores, startups, fundações e institutos voltados a resolver os problemas socioambientais mais complexos da Amazônia. Combater o desmatamento passa pela construção de uma nova geração de negócios e empreendedores inovadores dispostos a mudar a economia da região”, afirma Mariano Cenamo, Diretor de Novos Negócios do Idesam e CEO da AMAZ.

Com as iniciativas selecionadas na primeira rodada do Fundo JBS pela Amazônia, 16 mil famílias serão beneficiadas, 30 startups de bioeconomia criadas, e 20 empreendimentos comunitários alavancados. “Além de dar escala a projetos, o Fundo também buscará soluções disruptivas em desenvolvimento”, diz Andrea. As inscrições para futuros investimentos podem ser feitas no site do Fundo.