O empresário Marcos Eduardo Elias, que fundou a Empiricus, afirmou em publicação no LinkedIn que o empresário Jorge Paulo Lemann, que ao lado de Carlos Alberto Sicupira e Marcel Tellesum detêm pouco mais de 30% das ações da Americanas por meio da 3G Capital, é capaz de levantar sozinho US$ 50 bilhões com “três ou quatro telefonemas” e que o maior motivo que ele teria para “salvar” as Americanas da falência seria de autopreservação: para Elias, o maior medo de Lemann é uma longa batalha na Justiça e a possibilidade de ser preso.

Conhecido por suas opiniões fortes e pela forma direta como fala, Elias, que deixou a Empiricus em 2009, tem uma carreira de sucesso que foi manchada por um episódio que ocorreu em 2018, quando ele foi preso por autoridades suíças a pedido dos EUA, para onde ele foi extraditado e condenado a três anos de prisão por uso de documentos falsos para obter recursos de um banco norte-americano. Mas isso não derrubou o empresário, que fundou a Contra Corrente, empresa de análise de ativos para investidores institucionais.

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“Você acha que um homem com 83 anos e R$ 100 bilhões de patrimônio, com a reputação de ser o mais bem sucedido empreendedor brasileiro vai topar brigar por três anos na justiça com o risco de ser preso e ter que pagar bilhões de dólares?”, questiona Elias na publicação. “Jorge Paulo sozinho levanta R$ 10 bilhões, R$ 20 bilhões ou R$ 50 bilhões para [as] Lojas Americanas com 3 ou 4 telefonemas. ‘Vista os sapatos’ de Jorge Paulo Lemann: Vai jogar fora reputação construída nos últimos 50 anos (se ele deixar Lojas Americanas quebrarem, jogará!), brigar para perder bilhões nos EUA até ficar com quase 90 anos e se arriscar morrer na prisão?”

Elias afirma que conhece Lemann pessoalmente e diz que ele é “um sujeito prático”.  “Aqui serve a famosa frase de Mário Draghi sobre a estabilidade da Zona do Euro: ‘Whatever it takes'”, diz o empresário fazendo uma analogia com a atual situação da Americanas.