Um movimento mundial que começou com uma carta de funcionários do Google pretende acabar com o projeto Dragonfly, um buscador específico para a China que censuraria resultados de acordo com o governo do país. A carta foi inicialmente assinada por 10 funcionários – pesquisadores e engenheiros de sistema – e criticava o aumento da vigilância que o projeto iria causar, além de demandar mais transparência e responsabilidade por parte do empresa. Porém o movimento tomou proporção global.

“Nós nos recusamos a criar tecnologias que ajudaria os poderosos a oprimir os mais vulneráveis, onde quer que eles estejam. O Dragonfly criaria um perigoso precedente que dificultaria ao Google negar este poder a outros países”, diz a carta

A Google já esteve presente na China, mas se retirou do país após casos de retirada de links por parte do governo chinês, em medida tomada pela fundadores da empresa Larry Page e Sergey Brin. Desde quando foram vazadas as informações sobre o desenvolvimento do Dragonfly em agosto deste ano, a Alphabet – holding que controla o Google – se viu em meio a enormes discussões internas, principalmente devido ao slogan não oficial da companhia, “don’t be evil” (não seja mal).

Falando para a Gizmodo, um porta-voz do Google não comentou diretamente sobre o assunto, mas afirmou que a empresa “investiga há anos os usuários chineses, mas que o trabalho sobre ferramentas de pesquisas é apenas exploratório, e que não estamos perto de lançar o produto no China”.

Esta é a segundo grande polêmica do Google neste mês. No início de novembro, diversos escritórios da empresas foram esvaziados para protestar contra a violência contra a mulher dentro da companhia.