Funcionários do BNDES fizeram nesta sexta-feira, 12, na sede do banco, no Rio, manifestação em solidariedade aos colegas levados coercitivamente para prestar esclarecimentos no âmbito da Operação Bullish, da Polícia Federal, deflagrada hoje. A PF investiga irregularidades em aportes concedidos pelo BNDES, por meio da subsidiária BNDESPar, à empresa do ramo alimentício JBS, realizados a partir de junho de 2007 e num total de R$ 8,1 bilhões.

“A sociedade não pode pensar que esse tipo de coisa é necessária. Até o momento não há nada contra o corpo funcional nem o banco. Estamos aqui. Não precisa ir acordar ninguém em casa, levar colega grávida de 39 semanas para depor. Existe um processo de destruição do BNDES e de outros empresas. Se a gente ficar acuado, está perdido”, disse o presidente da Associação de Funcionários do BNDES, Thiago Mitidieri.

Mais cedo, eles se reuniram com diretores e colegas que chegavam dos depoimentos. A reunião serviu para acalmar os servidores. A Associação de Funcionários ainda decide se será feito um protesto mais tarde.

Eles consideram que a ação desta sexta se assemelha a arbitrariedades da época da ditadura militar.

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques estava em compromisso em Brasília quando a operação estourou, e retornou ao Rio. O BNDES fará pronunciamento até o fim do dia. Em nota enviada mais cedo, declarou que está colaborando com as investigações e auxiliado seus funcionários.

A PF cumpriu nesta sexta-feira 37 mandados de condução coercitiva e 20 de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Bullish.