Marcos Vinícius, de 23 anos, é um jovem morador da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, olha carros estacionados próximo as praias da cidade para conseguir alguns trocados, e tinha um desejo: ter um celular. Há alguns dias, algumas pessoas se uniram para realizar esse desejo.

Tudo começou quando ele foi até uma loja de eletrodomésticos do Barra Shopping, onde pediu para fazer um crediário para comprar o celular mais barato. Entretanto, por não ter renda fixa, sua proposta foi negada. Depois de alguns dias, ele voltou ao local com dinheiro para dar de entrada, e ainda não era suficiente.

Assim foi por algum tempo: ele olhava carros, pedia dinheiro na praça de alimentação, e voltava à loja. Os funcionários da loja, vendo a situação de Marcos, foram se comunicando e decidiram juntar um pouquinho cada um, até que conseguiram uma boa quantia. Marcos voltou, deu o que tinha conseguido juntar, os funcionários completaram e ele conseguiu comprar o celular. O vídeo com a história foi publicado no Facebook por Carlos Bueno, um dos funcionários envolvidos na ação

“Eu nunca vou esquecer desse momento, olha, muito obrigada mesmo, meu sonho foi sempre ter um primeiro celularzinho, eu perdi um aqui no Barra Shopping. Nunca pensei que vocês ficariam do meu lado”, diz Marcos no vídeo, que viralizou – foram mais de 32 mil compartilhamentos e 1,3 milhão de visualizações.

Mas a corrente do bem não parou por aí. A professora de dança Carol Martins, da Cia Mutcha Dança, viu a publicação, se comoveu com a história e contatou Marcos para oferecer-lhe uma bolsa de estudos em sua companhia de dança. “Eu ofereci ajuda para ele terminar o ensino médio via Exame Nacional para Certificação de Competência de Jovens e Adultos (Encceja) e uma bolsa de estudos. Semana que vem vou pegar livros do ensino médio e vou imprimir provas anteriores para ele estudar”, contou Carol.

Ela disse que o sonho de Marcos é entrar para a Polícia Militar, mas ele gostou da ideia de estudar dança e aceitou a bolsa. “Enquanto isso, ele aprende dança de salão conosco e, quando ele tiver uma estrutura maior dentro da área, posso encaminhá-lo para trabalhos em eventos. O mercado para dançarino é bem amplo dentro da dança de salão, já que a maior parte dos adeptos são mulheres da terceira idade e não tem par suficiente nos bailes”, contou.