Cineastas e funcionários da Cinemateca Brasileira fizeram hoje (14) uma manifestação na capital paulista em defesa da instituição. Eles abraçaram o edifício-sede da entidade na Vila Clementino, zona sul de São Paulo, para chamar a atenção pela falta de pagamentos de salários e pela não renovação de contratos de manutenção do prédio e do acervo audiovisual, o maior da América do Sul.

“Há um mês e meio fizemos uma manifestação, em que foi lido um manifesto apoiado por 42 entidades nacionais e 39 entidades internacionais, nós pedimos soluções urgentes para a cinemateca. Os problemas apontados já naquela ocasião se aprofundaram. O estado está cada vez mais crítico. Os funcionários vão para três meses e meio sem receber. Não há nenhuma solução apontada”, disse o cineasta e coordenador do grupo de trabalho da Associação Paulista de Cineastas (Apaci) – SOS Cinemateca, Roberto Gervitz.

Segundo Gervitz, a cinemateca está, por exemplo, sem contrato para o serviço de brigada de incêndio e o serviço de vigilância deve ser interrompido nesta quarta-feira (15). 

Em nota, o Ministério do Turismo, a quem a Secretaria de Cultura está vinculada, disse que “segue trabalhando para alinhar as ações e definir, dentro das competências institucionais e da legalidade, a forma ideal para o funcionamento pleno e a reincorporação da Cinemateca à União”. 

Segundo a nota, na manhã desta terça-feira, quatro técnicos do ministério foram à cinemateca, para solucionar as contratações emergenciais que estão em andamento para atender o órgão: segurança, brigadista, climatização, entre outros. Segundo o ministério, os servidores foram barrados na entrada do local. “Diante da negativa de acesso, os mesmos registraram um boletim de ocorrência”, informou o ministério.

A  Cinemateca Brasileira tem uma acervo composto por mais de 250 mil rolos de filmes e mais de 1 milhão de volumes que documentam a história do cinema nacional. Entre outras raridades estão filmes do movimento Cinema Novo, arquivos da TV Tupi e películas filmadas no século 19.