Funcionárias do McDonald’s nos EUA estão se unindo para barrar uma “epidemia” de assédio sexual dentro do ambiente de trabalho. Nesta terça-feira (18), colobadoras da rede de fast-food farão um protesto em ao menos 10 cidades para chamar a atenção para a situação.

De acordo com o site The Guardian, trabalhadoras de Chicago, cidade natal do McDonald’s, Durham, Kansas City, Los Angeles, Miami, Milwaukee, Nova Orleans, Orlando, São Francisco e St. Louis vão se mobilizar na hora do almoço, em um esforço para destacar sua luta e convocar a empresa a tomar ação.

O movimento é espelhado na ação #MeToo, em que mulheres de alto perfil denunciaram o assédio sexual no mundo do entretenimento. As participantes esperam que a greve realce a situação das mulheres e dos trabalhadores LGBT em empregos de baixa remuneração que enfrentam problemas semelhantes diariamente, mas cujas lutas raramente chegam às manchetes.

Adrianna Alvarez, que trabalha em um restaurante do McDonald’s em Chicago há nove anos, diz que o problema é nacional, mundial. “As pessoas estão com medo. Eles se preocupam que, se eles reclamarem, isso afetará seu status legal, eles poderão ser demitidos ou poderá haver retaliação”, disse ela.

“As mulheres dependem desses empregos”, afirma, revelando que todas as mulheres que ela conhece em fast-food têm exemplos ou conhecem pessoas que sofreram algum tipo de assédio.

Ações ‘endêmicas’

Annelise Orleck, professora de história no Dartmouth College e autora de We Are All Fast-Food Workers, uma história do novo movimento trabalhista que cresce entre trabalhadores de baixa renda, disse que abusos desse tipo na indústria de fast-food são “endêmicos.”

“Há um grande movimento de mulheres da classe trabalhadora se preparando. Eles estão apostando que, na era do #MeToo, os clientes não tolerarão esse tipo de comportamento.”

Ela apontou para as vitórias dos funcionários do hotel em Chicago, onde um decreto agora exige que as empresas forneçam botões de pânico para todos os trabalhadores que limpam, reabastecem ou fazem o inventário sozinhos nos quartos e banheiros.

Um decreto semelhante está sendo discutido na Califórnia. A autora afirma que 66% dos trabalhadores no segmento hoteleiro dizem ter sofrido assédio sexual. Em redes de fast-food, o número é de cerca de 40%.

Empresa reafirma compromisso de igualdade

Em um comunicado, o McDonald’s disse: “Não há lugar para assédio ou discriminação de qualquer espécie no McDonald’s. Desde a nossa fundação, estamos comprometidos com uma cultura que promove o tratamento respeitoso de todos. Temos políticas, procedimentos e treinamentos que são projetados especificamente para evitar o assédio sexual em nossa empresa e restaurantes de propriedade da empresa, e acreditamos firmemente que nossos franqueados compartilham esse compromisso.”

A empresa também disse que estava envolvendo especialistas para desenvolver nossas políticas, procedimentos e treinamento. “Continuaremos buscando maneiras de fazer ainda mais para garantir que os valores do McDonald’s se reflitam em todos os restaurantes, todos os dias.”