O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), abriu nesta tarde de terça-feira, 26, a audiência pública da comissão marcada para debater a reforma da Previdência. Com a ausência do ministro da Economia, Paulo Guedes, estão presentes o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e seu adjunto Bruno Bianco. “Fui pego de surpresa hoje (terça), não havia comunicação prévia sobre a não vinda do ministro Guedes. Sempre considerei mais oportuno a vinda do ministro na comissão de mérito da proposta, que é a comissão especial, mas os coordenadores partidários entraram em consenso de que seria oportuna a vinda dele na CCJ”, disse Francischini. “A presença de Guedes é importante aqui. Hoje (terça), infelizmente, não sei por quais razões Guedes cancelou. Talvez por conta do ambiente político”, completou.

O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), argumentou que a ausência de Guedes não significaria desrespeito da equipe econômica à CCJ ou ao Parlamento. Ele avaliou estar havendo “arrefecimento” nas relações entre o Executivo e o Legislativo. O líder disse ainda que Guedes não foi devido “a razões internas” da pasta.

“O governo achou melhor a vinda de Guedes quando o clima estiver melhor. Guedes virá na semana que vem para tratar do mérito da reforma”, acrescentou. “O secretário Rogério Marinho está aqui e está à disposição para falar. Fazemos um apelo para que o relator da Previdência na CCJ seja escolhido na comissão até a próxima semana”, completou.

Já o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), considerou inaceitável a ausência de Guedes na Comissão. “Não é o ministro que escolhe quando vem à CCJ, mas sim a CCJ que escolhe quando o ministro vem à comissão. O ministro não tem nada mais importante para fazer nesta tarde do que se dedicar ao parlamento. Tempo para fazer palestra por aí ele tem”, afirmou.

Molon insinuou ainda que Guedes teria insegurança sobre os cálculos da proposta de reforma ou teria desprezo pelo Congresso, que é quem votará o texto. Segundo ele, a oposição está recolhendo assinaturas para convocar o ministro a comparecer obrigatoriamente à comissão. “Ele poderia ter vindo com o clima mais amigável de convite. O ministro acha que dá as regras ao parlamento? A Casa tem autonomia”, concluiu.

Já a líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), defendeu o encerramento da audiência pública e a abertura de uma nova sessão para se votar o requerimento de convocação de Guedes. “Se não há clima político, a culpa é do governo”, completou a deputada.