Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente da Latam, Jerome Cadier, afirmou que existe uma agenda clara de melhorias com o governo Bolsonaro, mas que as travas burocráticas e outros tipos de distrações, como anúncios e tuítes polêmicos, acabam frustrando as expectativas.

“Tínhamos uma expectativa enorme de que viria uma supermudança, que não vai vir”, afirma.”A mudança será gradual e paulatina, na medida em que o foco for o Brasil, a economia e os temas relevantes, e não o tuíte e a mídia social, que são irrelevantes para o futuro do País.”

O executivo ainda informou que a melhora no mercado aéreo brasileiro já é realidade, em contraste com as dificuldades no cenário internacional, deixando o setor “com um pé na água quente e um pé no gelo.”

“A gente quer colocar mais voos, aumentar o número de frequências, colocar mais destinos, ou seja, aqui no doméstico a situação é positiva, não é expectativa”, disse.

Segundo ele, o temor com alta do dólar e alta demanda de serviços prejudicam as viagens para fora do País. “Isso faz as pessoas segurarem o plano de viagem. O mercado internacional está horrível. É preciso repensar o que temos de fazer para reequilibrar novamente.”

Jerome também disse que a concessão de 12 aeroportos neste mês trouxe resultados acima do esperado e que a divulgação de uma nova lista de privatizações anima o mercado. Porém, o novo modelo de gestão, apesar de ser mais eficiente que o tradicional, acarreta na elevação dos custos para os passageiros.

“O consumidor está pagando mais porque o modelo de concessão é por quem paga mais, e não pelo menor custo de operação. O governo escolheu um caminho de: vou dar para quem me pagar a maior outorga, o maior valor para o governo.”