Reportagem publicada na Folha de S.Paulo desta terça-feira (19) informa que uma ex-candidata a deputada estadual de Minas Gerais pelo PSL afirmou que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, sabia dos esquemas de lavagem de dinheiro da sigla no Estado.

Segundo a professora aposentada Cleuzenir Barbosa, 47, assessores do até então presidente do PSL em Minas, e hoje um dos alvos da instabilidade do governo de Jair Bolsonaro, a pressionaram a devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil recebidos através do fundo eleitoral. Ela também afirmou que chegou a falar diretamente com Álvaro Antônio sobre o caso, mas que nenhuma medida foi tomada.

Como presidente do partido no Estado, o ministro era o responsável pela montagem das candidaturas. Álvaro Antônio é suspeito de envolvimento em um esquema que usou candidatos laranjas para lavar e desviar dinheiro nas últimas eleições. O agora ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, é citado em um esquema semelhante, também do PSL, em Pernambuco. Ele foi exonerado do governo nesta segunda-feira.

A mulher, que não foi eleita, disse que não aceitou participar do esquema e que hoje vive em Portugal por medo de represálias de aliados do ministro.

Em resposta as acusações, Álvaro Antônio disse que foi informado das denúncias de irregularidades e que mandou que fossem apuradas. Ele também afirmou que Cleuzenir não tem credibilidade por ter sido “aposentada por sentença judicial que reconheceu distúrbios psiquiátricos incapacitantes total e permanentes”. O ministro ainda disse que ela repassou a familiares dinheiro da campanha e que fez elogio público a ele um dia antes de registrar o boletim de ocorrência.