O fim do monopólio do gás no Brasil pode gerar ao setor um ciclo de investimentos de até R$ 240 bilhões. Foi o que concluiu um estudo do governo que serve de base para a proposta acabar com o domínio estatal na distribuição e produção de gás natural no Brasil, segundo reportagem da Folha de São Paulo. É esperada que a aprovação do plano gere queda no preço do combustível.

O cerne da proposta está em limitar a participação da Petrobras para que ela representa apenas 50% das vendas de gás no País. A estatal é responsável por 75% do combustível produzido no Brasil, mas detém praticamente o monopólio da venda, uma vez que suas sócias no pré-sal preferem vender sua parte para a petroleira por falta de capacidade de escoamento. A crença do governo é de que acesso a infraestrutura de distribuição fará com que as empresas concorrentes entram na competição da venda.

A projeção indica que US$ 60 bilhões (R$ 240 bilhões aproximadamente por conta da atual cotação do dólar) seriam gastos pelos novos investidores nos primeiros quatro anos do fim do monopólio para obras de infraestrutura de abastecimento e aumento da capacidade industrial. Para tal, o estudo sugere a venda de gasodutos e da cessão de contratos de fornecimento para empresas privadas.

Porém, o principal ponto para o fim do monopólio está na queda do valor de venda do gás natural em postos de combustível, considerada uma prioridade do governo Bolsonaro. A área econômica espera pôr em prática as primeiras medidas em até 60 dias. A meta é reduzir o preço atual do combustível de US$ 12 (R$ 48) por milhão de BTU, para a faixa entre US$ 5 e US$ 6 (em torno de R$ 20 e R$ 24). O primeiro passo para a aprovação passa pelo Cade, autarquia que regula questões de concorrência.