SÃO PAULO (Reuters) – O valor do frete para transportes rodoviários de cargas no Brasil teve um aumento de 1,58% em agosto, ante o mesmo mês do ano passado, enquanto o preço do diesel subiu 37,25 na mesma comparação, mostraram dados publicados pela FreteBras nesta quinta-feira.

Segundo o índice de preços da plataforma de transporte de cargas, que atua no segmento de relações entre transportadoras e caminhoneiros, o preço médio do frete no Brasil em agosto foi de 0,98 real por quilômetro por eixo.

A região Norte apresentou o quilômetro por eixo mais alto em agosto (1,04 real), seguida por Nordeste (0,99 real) e Centro-Oeste (0,98 real). Os valores de fretes mais baixos foram registrados no Sul e no Sudeste, ambos com 0,97 real.

O maior aumento no preço do frete entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2020 foi na região Sul do país (+2,07%). Neste período, a maior demanda por caminhoneiros para o escoamento da produção de grãos na região gerou um impacto ligeiramente positivo no preço do frete.

Já a principal queda no período foi registrada no Norte (-4,84%). “Em agosto, tivemos em nossa plataforma 43% mais caminhoneiros disponíveis do que fretes na região Norte e isso fez com que o mercado pagasse mais barato para realizar os transportes”, disse em nota o diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad.

Na comparação com julho, a maior alta do preço do frete foi registrada no Centro-Oeste, de 1,95%. “Isso aconteceu muito em função da crise hídrica que acarretou a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná e também o declínio das estimativas da produção nos Estados da região”, afirmou o diretor.

“Assim, para o transporte de grãos do percurso Centro-Oeste até Sudeste, os produtores tiveram que usar como alternativa o modal rodoviário, que é dois terços mais caro que o hidroviário”, acrescentou.

A região Nordeste, por sua vez, registrou a maior queda na comparação mensal, já que entre julho e agosto o valor do transporte rodoviário por quilômetro rodado ficou 3,27% mais baixo. Houve um aumento de quase 6% de veículos registrados na plataforma na região, ajudando a puxar para baixo o valor do frete, explicou a FreteBras. 

Na análise setorial, o índice da FreteBras constatou que os fretes do setor do agronegócio foram os mais altos registrados em agosto, sendo fixados em 1,02 real por km rodado por eixo.

Em segundo lugar, os fretes de produtos industrializados chegaram ao valor médio de 0,97 real. A terceira posição é ocupada pelos fretes de insumos para construção, que ficaram em 0,96 por km.

O levantamento, acrescentou a companhia, tem como base o fluxo de dados de sua plataforma, que conta com mais de 580 mil caminhoneiros cadastrados e 14 mil empresas assinantes. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

(Por Nayara Figueiredo)

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