O governo francês prometeu, nesta terça-feira (5), “ampliar, acelerar e simplificar” sua campanha de vacinação contra o coronavírus, após receber uma enxurrada de críticas por seu início lento em comparação com outros países europeus.

“A velocidade de cruzeiro da vacinação” contra a covid-19 na França “alcançará a dos nossos vizinhos nos próximos dias”, disse o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, em entrevista à rádio RTL.

“Ontem ultrapassamos as 2.000 vacinas e, a partir desta quinta-feira, voltaremos a aumentar de forma muito significativa” o número de vacinas ministradas no país, acrescentou o ministro.

Até 1º de janeiro, 516 pessoas haviam recebido a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech na França, contra 200.000 na Alemanha e cerca de 1 milhão no Reino Unido. Essa defasagem nos números gerou fortes críticas no país.

Véran também prometeu ampliar os grupos prioritários de vacinação. As pessoas com mais de 75 anos, mesmo que não vivam em lares para idosos, poderão receber a vacina este mês, assim como cuidadores com mais de 50 anos que atendem em domicílio e bombeiros.

Até o momento, estava previsto vacinar, de forma prioritária, apenas pessoas da terceira idade que vivem em lares para idosos e profissionais da área da saúde com mais de 50 anos.

Ainda conforme o ministro, nos próximos dias, as pessoas que quiserem se vacinar e que não pertençam a nenhum desses grupos prioritários poderão se inscrever em uma lista para marcar uma consulta.

Por enquanto, a França recebe 500.000 doses da vacina da Pfizer/BioNTech por semana. É a única vacina autorizada na União Europeia.

O país também poderá receber 500 mil doses por mês da vacina da Moderna, quando este imunizante receber o aval da agência médica europeia. Isso deve acontecer nesta quarta-feira (6).

O ministro Véran afirmou ainda que foram detectados na França “cerca de dez casos suspeitos, ou confirmados”, de uma nova cepa do coronavírus que apareceu no Reino Unido.

“É uma variante que nos preocupa e para a qual estamos mobilizando recursos logísticos e de diagnóstico muito significativos”, afirmou.

“Estamos vigiando isso como leite no fogo”, acrescentou ele, observando que “todas as pessoas que voltam da Inglaterra para a França devem ter feito um teste”.

Segundo uma pesquisa de opinião realizada na semana passada pelo instituto Ipsos, apenas 40% dos franceses estariam dispostos a se vacinar. Desde março de 2020, mais 65.000 pessoas morreram de covid-19 no país.