França anunciou nesta quinta-feira (16) a proibição da maioria das viagens para ou a partir do Reino Unido devido à rápida propagação da variante ômicron em território britânico, no momento em que estuda novas medidas para conter o avanço da covid-19.

“Diante da rápida propagação da variante ômicron no Reino Unido, o governo (francês) restabelece as razões de peso para as viagens a partir do e para o Reino Unido, e reforça a exigência de testes na saída e chegada”, afirma um comunicado.

A medida, que entrará em vigor à meia-noite de sábado (20H00 de Brasília de sexta-feira), será aplicada à maioria das viagens, especialmente “de turismo e profissionais”, mas exceções estão previstas, como estudantes de intercâmbio ou em caso de morte de um familiar.

Os cidadãos residentes na França e suas famílias poderão retornar do Reino Unido – e vice-versa -, assim como os residentes em outros países da União Europeia (UE) que precisam passar pelo território francês para chegar a suas casas.

Para entrar na França, os viajantes, vacinados ou não, deverão cumprir outros requisitos como apresentar um teste negativo de menos de 24 horas e comunicar um endereço, onde terão que ficar em isolamento por sete dias.

A quarentena poderá ser retirada após 48 horas se o teste feito no desembarque apresentar resultado negativo, afirmou o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, sobre a medida que entrará em vigor seis dias antes do Natal.

“O governo pede aos que pretendiam viajar ao Reino Unido que adiem a viagem”, afirma um comunicado. A França já desaconselha viagens a países como Brasil, Costa Rica e Cuba, assim como nações do sul da África.

A decisão “obviamente alterará os planos das pessoas, o que é lamentável”, disse Gillian Keegan, secretária de Estado no ministério da Saúde britânico, embora apresente a justificativa de ser uma forma de “proteger” a população da variante.

O Reino Unido, onde a variante ômicron do coronavírus avança rapidamente, registrou na quarta-feira o recorde de casos diários de covid-19 (78.610) desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu na véspera que a ômicron dever ser “a variante dominante na Europa em meados de janeiro”.

A França detectou 240 casos de ômicron, mas o número provavelmente é maior, afirmou Attal, que justificou a medida como uma maneira de frear a propagação enquanto o país acelera a vacinação com as doses de reforço.

Em um contexto de aumento dos contágios, em quase 50.000 por dia, e diante da ameaça da ômicron, que especialistas temem ser mais contagiosa do que as variantes anteriores do coronavírus, o governo francês estuda novas medidas, que deve anunciar na sexta-feira.

No momento, o governo se recusa a impor toques de recolher ou confinamentos, como nos primeiros meses da crise, e defende a vacinação (76% da população já recebeu as duas doses). Há algumas semanas o governo autorizou os adultos a receber a dose de reforço.