Por Julien Pretot

DOHA (Reuters) – Nada vai perturbar a França em seu jogo de abertura da Copa do Mundo contra a Austrália –nem a ausência de Karim Benzema, e muito menos a polêmica envolvendo as braçadeiras com a mensagem “One Love”– disse o capitão da seleção francesa Hugo Lloris nesta segunda-feira.

Os atuais campeões mundiais começam sua campanha no Grupo D na terça-feira, procurando vencer os Socceroos como fizeram para dar início à sua jornada de 2018 na Rússia.

Eles foram atingidos por uma série de lesões, que atingiram os meio-campistas Ngolo Kanté e Paul Pogba, peças-chave da equipe, e mais recentemente o vencedor da Bola de Ouro Benzema, que deixou o plantel na madrugada de domingo após se retirar com uma lesão na coxa, e o zagueiro central Presnel Kimpembe.

“Ainda acreditamos em nossas chances, em nosso plantel. Os desfalques de última hora, especialmente de Karim, não ajudaram”, disse Lloris em uma entrevista coletiva.

“Mas eu quero pensar que a equipe seguirá em frente”, acrescentou.

Várias equipes –Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Holanda, Suíça, Alemanha e Dinamarca– haviam planejado usar a braçadeira com a mensagem “One Love” (“Um Amor”) colorida com as cores do arco-íris e em solidariedade à comunidade LGBT, mas, em uma declaração conjunta, recuaram horas antes do jogo de estreia da Inglaterra contra o Irã na segunda-feira.

De acordo com as regras da Fifa, o equipamento da equipe não deve ter nenhum slogan político, religioso ou pessoal, declarações ou imagens, e durante as competições finais da Fifa, o capitão de cada equipe “deve usar a braçadeira de capitão fornecida pela Fifa”.

A França não havia planejado nenhuma ação, mantendo-se afastada de controvérsias.

“Quero dizer que a Fifa organiza a competição e estabelece um quadro, regras. Nós jogadores estamos aqui para jogar futebol e representar nosso país em um nível esportivo”, disse Lloris.

“Nesse nível, o primeiro jogo é sempre extremamente importante e como atuais campeões que defendem o título, as expectativas são ainda maiores para nós.”

Os atuais campeões foram eliminados na primeira fase em quatro das últimas cinco edições da Copa do Mundo.

O treinador Didier Deschamps precisa remodelar sua linha de ataque na ausência do Benzema, com o veterano Olivier Giroud provavelmente começando como um atacante solitário.

O jogador de 36 anos há muito foi subestimado, pois não tem o brilhantismo de Kylian Mbappé ou Benzema, mas provou ser confiável e tem apenas dois gols a manos do que o recorde de 51 marcados por Thierry Henry pela seleção.

“Ultimamente, ele tem sido adorado. A França está encantada, eu estou encantado e Olivier também”, disse Deschamps sobre o atacante do Milan.

Na parte de trás, Deschamps poderá contar com o zagueiro central Raphael Varane, que ele diz ter se livrado de uma lesão no tendão que o impediu de treinar com a equipe na semana passada.

“Ele está indo bem e disponível para o jogo de amanhã”, disse Deschamps.

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