Pode parecer uma relação insólita, mas o tipo de ração escolhida pelo pecuarista para alimentar seu rebanho é capaz de determinar quão sustentável uma fazenda é e quão produtiva ela poderá ser. A Phibro Saúde Animal sabe disso e está navegando no aumento da demanda por práticas sustentáveis no agronegócio brasileiro para crescer. “Nós vendemos aditivos nutricionais, antimicrobianos e vacinas, mas além de produtos nós oferecemos informações e tecnologia para que o nosso cliente possa tomar a melhor decisão a favor de um negócio mais rentável.”, afirmou Mauricio Graziani, presidente da empresa. Com esse mix de produtos e serviços, a empresa faturou R$ 422 milhões em 2020 e projeta crescimento de 11,6% neste ano, sagrando-se vencedora da categoria nutrição no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO 2021.

Um exemplo do que Graziani fala vem de uma informação chancelada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) em parceria com a Embrapa Suínos e Aves, que seu time usa para mostrar ao mercado como boas práticas podem ser importantes para uma atuação mais eficiente. De acordo com o estudo Nutrição Responsável: Contribuindo com o meio ambiente, a substituição de 1% de proteínas como milho e farelo de soja por determinados aditivos nutricionais nas rações pode reduzir em 10% os níveis de nitrogênio e em 30% os de fósforo nos dejetos dos animais. Segundo Ariovaldo Zani, CEO da Sindirações, a mudança produz uma economia de 3% no consumo de água e redução de 5% no volume de dejetos. “Há uma janela escancarada de oportunidades no segmento. É uma alternativa para reduzir os custos com grãos e aumentar a
produtividade com sustentabilidade”, disse.

MAUTICIO GRAZIANI EMPRESA: Phibro Saúde Animal Brasil. CARGO: Presidente. DESTAQUE DA GESTÃO: Novas linhas de atuação, ampliação de portfólio e foco em sustentabilidade. (Crédito:Divulgação)

Além de promover a educação do setor, outra ferramenta usada pela Phibro para aumentar as vendas é a tecnologia. Após um período de estudos, a empresa lançou o app Comand, no ano passado, para controle de estresse térmico e melhor gestão dos animais. Segundo Graziani, a ideia é que o proprietário de fazenda de gado de corte insira dados de localização da propriedade e do seu rebanho que, dentro do aplicativo, irão se conectar com informações sobre previsões climáticas, como variação de temperatura e de chuvas. Como resultado, a tecnologia mostra períodos em que o animal pode passar por mais ou menos estresse. “Essas informações ajudam nosso cliente a tomar decisões de manejo para entrar com aditivos que contribuem com o
bem-estar”, afirmou.

Com o posicionamento de negócio claro, a Phibro ainda encontra impulso externo para crescer. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicam que a produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá aumentar 24,1% nos próximos dez anos, somando 6,6 milhões de toneladas. Diante da boa maré, Graziani, que no ano passado conseguiu investir na melhoria da infraestrutura das duas fábricas brasileiras, uma em Guarulhos e a outra em Bragança Paulista, ambas no estado de São Paulo, já projeta novos aportes. “A companhia vem numa crescente nestes últimos anos e já planejamos expansão para os próximos três anos, tanto no parque industrial como em novos produtos”, afirmou.

“Somos um grande player e oferecemos soluções e alternativas únicas para nossos clientes. Seguimos crescendo no mercado de tilápia, nosso negócio mais novos” Mauricio Graziani, presidente da Phibro Saúde Animal Brasil.

Atualmente, a unidade brasileira tem 400 clientes na carteira e um faturamento que representa 10% dos negócios globais do grupo com operação em 50 países. “No Brasil, de todas as proteínas, temos uma grande participação na avicultura e bovina de corte e de leite”, afirmou o presidente. Já em tilápia, a mais recente unidade de negócio da companhia, as perspectivas são muito positivas. E nem a alta dos custos preocupa Graziani. “Claro que o produtor pensa em economizar, mas ao oferecer ciência e tecnologia ele percebe que somos parceiros na evolução no negócio. Nisso não se retrocede.”

Dentro de casa, o foco é na agenda ESG (ambiental, social e de governança). Em julho deste ano a empresa lançou o Desafio da Pecuária Responsável, com apoio da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec) e mais 70 empresas do setor. “O objetivo é premiar soluções inovadoras que promovam o bem-estar animal”, disse Graziani. O desafio termina em junho de 2022, e o dono do projeto vencedor receberá um prêmio de R$ 15 mil. Assim, além de ajudar a cadeia, contribui para melhorar a reputação da pecuária brasileira.