Em uma tentativa de minimizar a queda nas vendas causada pela pandemia do novo coronavírus, a Ford anunciou nesta sexta-feira, 5, que vai oferecer 90 dias de carência no financiamento e parcelas reduzidas pela metade até o fim de 2021. Para ter acesso a essas facilidades, contudo, o consumidor tem de dar 50% do valor na entrada.

O prazo total será de 48 meses. O programa vale para todas as versões das linhas Ka Hatch, Ka Sedan, EcoSport e Ranger. “Este novo plano foi criado pensando no cliente que precisa de um veículo nesse momento sem precedentes”, disse, em nota, Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais. “A ideia é ajudar os consumidores a comprar seu veículo com um menor impacto financeiro.”

Fecomercio: Varejo de SP tem perdas de R$ 16 bi durante quarentena

Varejo e montadoras não terão socorro do BNDES

Em uma simulação fornecida pela própria montadora, na compra de um Ford Ka 1.0 S, que custa R$ 45.990, a entrada seria de R$ 22.995. As prestações seriam de R$ 399 e só começariam a ser pagas depois de 90 dias. O valor seria mantido até dezembro de 2021. A partir de janeiro de 2022, a parcela sobe para R$ 799.

Desde o início da pandemia no Brasil, o mercado de carros novos tem despencado. Não só porque parte das concessionárias teve de suspender as atividades, em razão das medidas de isolamento social, mas também em função da crise econômica causada pelo vírus. Com o aumento do desemprego e do medo de perder o emprego, os consumidores estão mais cautelosos, assim como os bancos.

A taxa de aprovação de financiamentos pelos bancos, que antes da pandemia estava em sete a cada 10 pedidos, caiu para três a cada 10 durante a pandemia, retornando a níveis da crise econômica de 2015 e 2016, segundo acompanhamento feito pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Para minimizar a situação, várias montadoras têm buscado oferecer facilidades em planos de financiamento. Em maio, já houve uma melhora. Ainda de acordo com a Fenabrave, a taxa de aprovação subiu para 5,6 a cada 10, puxada por clientes de renda maior, que mesmo durante a crise conseguem ter apetite para trocar de carro, parte deles em busca de maior segurança.