As forças curdas na Síria anunciaram nesta quinta-feira que evitaram um novo ataque por terra do exército turco na fronteira entre os dois países, após os bombardeios na região na véspera que marcaram o início de uma ofensiva de Ancara.

A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou sobre disparos esporádicos de artilharia do exército turco nesta quinta-feira nas áreas de fronteira de Tal Abyad e Ras al Ain.

O ministério da Defesa da Turquia afirmou que a operação foi executada “com êxito durante a noite, por ar e por terra”. Também indicou que “objetivos previstos foram capturados”, sem revelar detalhes.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), aliança de combatentes curdos e árabes, anunciaram que evitaram um ataque terrestre na região de Ras al Ain. “Nossas forças bloquearam uma tentativa de incursão terrestre do exército de ocupação turco no eixo Tal Halaf/Aluk”, afirma um comunicado das FDS.

O objetivo declarado da operação, anunciado pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, é afastar da fronteira a principal milícia curda da Síria, as Unidades de Proteção do Povo (YPG), espinha dorsal das FDS.

As YPG, aliadas com os países ocidentais na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), são consideradas por Ancara uma organização “terrorista” por seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

De acordo com o jornal turco Hürriyet, a Turquia pretende, em um primeiro momento, assumir o controle de uma faixa de território na fronteira de 120 km de comprimento e 30 km de profundidade.

A ofensiva da Turquia é a terceira na Síria desde 2016 e abre uma nova frente em um conflito que já deixou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados desde 2011.