A decisão dos Estados Unidos de armar as milícias curdo-sírias vai “acelerar a derrota” do Estado Islâmico (EI), afirmou o porta-voz de uma coalizão curdo-árabe que luta contra o grupo extremista.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), que têm como principal integrante as Unidades de Proteção Popular (YPG) curdas, iniciaram em novembro uma ofensiva contra Raqa, o reduto do EI na Síria, com o apoio aéreo e logístico dos Estados Unidos, e desde então retomaram o controle de amplas faixas de território.

“A decisão americana de armar as YPG é importante e vai acelerar a derrota do terrorismo”, declarou à AFP Talal Sello, porta-voz das FDS, que lutam contra o EI com o apoio de Washington.

Sello destacou que o anúncio “oficial do apoio é o resultado da grande eficácia das YPG e do conjunto das FDS nos combates contra o terrorismo” na Síria, onde desde sua criação em 2015 a aliança curdo-árabe expulsou o EI de vários de seus redutos.

“Desde sua posse, a administração de Donald Trump aumentou o respaldo a nossas forças”, afirmou Sello.

Um alto funcionário do governo americano declarou na terça-feira que o presidente Trump havia aprovado o fornecimento de armas às YPG, milícias que a Turquia – aliado de Washington – considera “terroristas”.

Ancara considerou nesta quarta-feira a medida como algo “inaceitável”.

“O financiamento para fornecer ajuda às YPG foi aprovado”, declarou o funcionário americano, que pediu anonimato.

“A aprovação entra em vigor de imediato, mas os prazos para as entregas de armas ainda devem ser definidos”, completou.

A fonte não revelou o tipo de armamento que será fornecido às YPG, que devem utilizar o equipamento para tentar recuperar o controle da cidade de Raqa.