Depois de um ano de estudos e tratativas, a BMG Seguros colocou no mercado uma apólice inédita que substitui depósitos dados em garantia. A apólice foi vendida a uma hidrelétrica no Pará, que havia contratado um empréstimo de 30 anos com o BNDES, conhecido como project finance. Esses empréstimos financiam a construção de grandes obras. Suas parcelas são vinculadas à receita de geração de energia, mas o tomador tem, também, de depositar garantias de R$ 270 milhões, equivalentes a três prestações mensais. Esse novo seguro contratado pela hidrelétrica protege o BNDES contra a inadimplência de, pelo menos, uma parcela. “O potencial de garantias do BNDES que podem ser liberadas com esses seguros pode chegar a R$ 3 bilhões para todos os empréstimos”, diz Renata Oliver, diretora de riscos da BMG (foto acima).

R$ 20 bilhões em capital liberado

De acordo com Jorge Sant’Anna, presidente da BMG Seguros, apólices desse tipo, que são comuns no mercado internacional, mas nunca haviam sido usadas no Brasil, podem servir não apenas para substituir garantias em project finance, mas também para substituir depósitos que caucionam operações de fusões e aquisições, ou mesmo depósitos judiciais. “No limite, esse seguro pode liberar R$ 20 bilhões em recursos que hoje são usados como garantia”, diz ele. A ideia é focar nas grandes obras de infraestrutura, em garantias para contenciosos de fusões e aquisições e em depósitos judiciais em substituição à fiança bancária.

(Nota publicada na Edição 1043 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Cláudio Gradilone, Luís Artur Nogueira e Vera Ondei)