Uma semana após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano se manteve no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, em meio à melhora do cenário inflacionário.

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 se manteve em 12,25%. Para o término de 2024, a expectativa também se manteve em 9,50%. Há um mês, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.

Considerando apenas as 143 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 também se manteve em 12,25%. Para o fim de 2024, a projeção seguiu em 9,50%, com 140 atualizações na última semana.

Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sétima reunião seguida. O colegiado não sinalizou claramente no comunicado a possibilidade de iniciar o ciclo de redução na Selic na próxima reunião, contrariando expectativas do governo e do mercado.

O Copom manteve o balanço para inflação neutro e destacou que “a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação”. O comitê ainda argumentou que, na conjuntura atual, o processo desinflacionário tente a ser mais lento e que “por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia.”

A decisão gerou reações no governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Roma, criticou a decisão, dizendo que o nível da Selic era “irracional” e que a direção do BC jogava contra os interesses do País. Em Paris, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a decisão do Copom era um “descompasso” e que o comunicado foi “muito ruim”.

Na Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que se manteve em 8,75%, ante 9,00% há um mês.