O Fundo Monetário Internacional (FMI) urgiu nesta terça-feira (25) que El Salvador elimine o bitcoin como sua moeda de circulação legal, destacando “grandes riscos associados” ao uso da criptomoeda.

Os diretores-executivos do organismo “instaram as autoridades a limitar o alcance da lei bitcoin, eliminando sua qualidade de moeda de circulação legal”, informou o FMI em nota.

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A diretoria executiva do FMI exortou o governo do presidente Nayib Bukele a deixar de usar oficialmente o bitcoin, que adotou em setembro passado, citando riscos para “a estabilidade financeira, a integridade financeira e a proteção do consumidor, assim como as possíveis contingências fiscais”.

“Alguns diretores também manifestaram sua preocupação com os riscos associados à emissão de bônus respaldados pelo bitcoin”, acrescentou o texto, emitido depois que a direção executiva do FMI concluiu a revisão periódica das finanças do país, conhecida como Artigo IV.

El Salvador tornou-se em 7 de setembro de 2021 o primeiro país do mundo a usar o bitcoin oficialmente, legalizando seu uso em todas as transações juntamente com o dólar americano, adotado há duas décadas.

Antes de a direção executiva do FMI, composta por representantes de todos os países-membros, incluindo os Estados Unidos, seu principal acionista, pedir sua eliminação, o pessoal técnico do Fundo tinha alertado contra o uso do bitcoin devido à sua “alta volatilidade”.

“O bitcoin não deveria ser adotado como moeda de circulação legal”, disseram os funcionários em novembro, ao encerrar sua avaliação da economia salvadorenha.

Nesta terça, a direção executiva do FMI apoiou o objetivo de “impulsionar a inclusão financeira” em El Salvador, e reconheceu que os meios digitais de pagamento, como a carteira eletrônica “Chivo”, poderiam avançar neste sentido.

O bitcoin era cotado por volta de 37.000 dólares americanos nesta terça, enquanto alcançou um recorde em novembro de US$ 67.734.