O relaxamento das políticas fiscais em andamento nos Estados Unidos está levando a um aperto das condições monetárias, ao fortalecimento do dólar e a um maior déficit em conta corrente, apontou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório sobre o setor externo. “No curto prazo, essas tendências correm o risco de agravar as tensões comerciais e gerar um aperto mais rápido das condições de financiamento global, o que se revelará ainda mais perturbador para as economias emergentes”, alerta o FMI.

No documento, a instituição aponta que mudanças reais e a prospectivas nas políticas de comércio, tributação e imigração “adicionam incerteza substancial à nossa avaliação”. O FMI acredita que, para os EUA alcançarem um superávit primário de cerca de 1,25% do Produto Interno Bruto (PIB), serão necessárias políticas que fortaleçam a competitividade das exportações, aumentem os investimentos em infraestrutura de transporte e melhorem a escolaridade e o treinamento de trabalhadores e as políticas para aumentar o crescimento da força de trabalho.

Além disso, o FMI acredita que pode haver uma reforma imigratória em solo americano que também ajude nas políticas estruturais necessárias para os EUA. O fundo ressalta, ainda, que desacordos no comércio e em investimentos “devem ser resolvidos sem recorrer à imposição de barreiras tarifárias e não tarifárias”. Ainda em relação ao comércio, a organização aponta que as políticas protecionistas devem ser evitadas “porque provavelmente terão efeitos deletérios significativos sobre o crescimento doméstico e global, enquanto o impacto sobre os desequilíbrios externos será limitado”. Para o FMI, os países devem trabalhar para revitalizar os esforços de liberalização e para fortalecer o sistema multilateral de comércio.