A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, reforçou o pedido para que o programa de moratória de dívida para economias mais pobres seja estendido para além de 2021. “Para alguns países, suspensão de dívidas não será suficiente”, afirmou, durante evento virtual organizado pela instituição.

Georgieva destacou que o instrumento é importante porque, na avaliação do Fundo, a crise provocada pelo novo coronavírus não terminará no ano que vem. Para ela, os governos devem planejar as perspectivas de médio prazo para o quadro fiscal, incluindo reformas nessa área. “Em alguns países, há espaço para isso”, disse.

A economista búlgara acrescentou que o ambiente de juros baixos ajuda a atenuar os efeitos de curto prazo da pandemia, mas pode ter consequências adversas, sobretudo no sistema financeiro não bancário. Na visão dela, é preciso focar em uma recuperação econômica que melhore produtividade e emprego e que lide com a questão ambiental. “Não há como sustentar crescimento econômico sem lidar com mudanças climáticas”, argumentou.

Durante o evento, Georgieva salientou ainda que o quadro econômico global é “menos terrível” do que a instituição esperava quando divulgou projeções em junho, mas que os riscos representados pela pandemia de covid-19 “permanecem altos”.