A China tem um papel importante a desempenhar na recuperação da economia da pandemia de covid-19, mas seu crescimento está desacelerando “visivelmente”, destacou nesta segunda-feira (6) o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, manteve uma reunião remota com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e discutiu temas que foram da inflação à recuperação da pandemia, segundo um comunicado do Fundo.

“A China conseguiu uma recuperação verdadeiramente importante, mas o impulso de seu crescimento desacelerou visivelmente”, disse Georgieva.

“Visto que a China é um motor vital para o crescimento global, adotar medidas firmes para apoiar um crescimento de alta qualidade ajudará não só a China, mas o mundo”, acrescentou.

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Em outubro, o FMI reduziu seus prognósticos para o crescimento da China devido a um recuo acelerado dos gastos públicos, prevendo uma expansão de 8% este ano e um crescimento de 5,6% em 2022.

Embora os números de 2021 sejam a maior taxa de crescimento de Pequim desde 2011, os analistas advertem que a China enfrenta uma fragilidade em seu setor imobiliário, assim como um aumento dos preços do carvão e uma escassez de componentes.

Georgieva acrescentou que Pequim fez “contribuições importantes” para expandir o acesso às vacinas para poder cumprir a meta de imunizar 40% da população mundial contra a covid-19 até o fim do ano e de 70% em meados do ano que vem.

Diante da continuação das disputas comerciais entre Washington e Pequim, a diretora-gerente do FMI também pediu “cooperação para reduzir as tensões comerciais e fortalecer o sistema comercial multilateral”, considerando-o “um motor essencial de crescimento e emprego”.

O FMI está pressionando o G20, grupo dos países mais ricos do planeta, incluindo a China, para ampliar e melhorar sua iniciativa de alívio da dívida, e advertiu na semana passada que muitos países enfrentam uma grave crise sem esta ajuda.

A Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) do G20 expira no fim do ano e Georgieva recebeu com satisfação o “compromisso contínuo com a China” no marco comum do grupo, que continua uma parte do alívio.