O filho mais velho de Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, Flávio Bolsonaro, candidato a senador pelo mesmo partido, discordou do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o atentado ao deputado mostrou a grande polarização política do País, e que o próximo presidente poderia ter a sua legitimidade contestada.

“É a opinião dele, eu não acho que o País esteja dividido, o País está mais do que nunca unido em torno do Bolsonaro e será no primeiro turno. Eles queriam matar o meu pai para tirá-lo da disputa, mas não foi a facada, ele não vai ser eleito por causa da facada, ele tomou a facada porque já estava eleito”, disse a jornalistas após discursar em evento do partido na praia de Copacabana – que já estava programado antes do atentado -, dando início à campanha sem a presença do candidato, o que vai acontecer, segundo ele, “em todos os Estados do País”.

Ele afirmou que estará nesta segunda-feira (10) com o superintendente-chefe da Polícia Federal para obter mais detalhes sobre a facada recebida durante campanha em Juiz de Fora (MG).

“Nossa preocupação é saber se ele agiu sozinho ou não. Certamente não agiu sozinho, essa quadrilha que está por trás dele já estava mapeando passo a passo a família, não apenas o meu pai, temos que saber se tem mais alguém (na mira), eu ou meus irmãos”, disse, após discursar.

Ele não soube estimar quando o pai retomará a campanha, mas garantiu que o tom não será modificado por causa do atentado, e afirmou que não haverá segundo turno, ao ser perguntado se o pai poderia voltar a fazer campanha no segundo turno.

“A gente faz política trazendo a verdade. Então não tem o que mudar, é só manter a mesma linha, só queremos resgatar o Brasil. É só isso. Ele continua comunicando isso, mas de dentro do hospital”, disse Flávio.

Também para Raiane Ramos Alexandre, de 22 anos, técnica de enfermagem que empunhava a bandeira do candidato a deputado estadual Jacaré em apoio a Bolsonaro, não há motivo para mudar a campanha que dissemina o armamento como solução para a violência. “Armar todo mundo não seria essa bagunça que todo mundo fala, é a solução, é preciso olhar mais para os policiais”, disse a futura esposa de militar, com casamento previsto para este ano.

De cabelos e barbas longas e poucas palavras, o vendedor gaúcho Gelson de Medeiros, 37 anos, veio do Sul especialmente para o ato no Rio se diz “100% Bolsonaro”. Com família de militares, ele antecipou a vinda ao Rio para apoiar a categoria. “Não era para vir agora, mas não tinha como não apoiar”, explicou.